segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Pseudônimo: Lisianthus Noturno

Uma flor
Tão bela, vista sempre.
Mas não esta.
Ela florece à noite,
Ao contrário de todas as outras.
Gosta do escuro,
Das estrelas,
E da luz do luar.
Tens sorte em vê-la
Desenvolver seu modo de pensar,
Noite após noite.
Aqui é mostrada as pétalas
De Lisianthus Noturno.

Desse jeito

Não negarei o quão gostoso é me sentir contigo
E estar contigo
E cantar contigo
Mas, às vezes, parece que há algo suspeito
Nos encantamos e esquecemos o mundo ao nosso redor
Mas quando entramos na música, há faíscas
Em cada olhar que soltamos um para o outro
E isso é bem perceptível para quem está de fora
Claro. Claro que quando nos olhamos
Fica a dúvida no ar
Não sei se te amo ou te namoro
Mas sei que nossa condição é fora da lei
Nossa farra é livre de maldades
Mas não é nada cheia de paz
Se ao menos nossos corpos pudessem alcançá-la...
A confusão que empurra é a mesma que confunde
E a solidão não me consola
Me faz clamar
E só saber que nunca soube de nada
A não ser o fato de que quero você
Mesmo sem ninguém podendo saber
Mas acho que teremos que deixar pra depois
Desse jeito, vão saber de nós dois

Medo do escuro

Olhos na noite,
Formas estranhas,
Surgem diante de mim.
Demônios espalhados pela sala,
Gritando em minha mente.
Pensar em algo agradável,
E logo torna-se perturbador.
Tento achar luz no caminho,
Até chegar o dia.


domingo, 29 de setembro de 2013

Fotossintetizar

Hoje eu quero mudar
Vou deitar numa floresta pra me reecontrar
Vou fazer algo pra me surpreender
Encontrarei, em meio as folhas, o meu lugar
E tudo será calmaria
Com os cantos dos sabiás
Tudo será leve
Como o vento que bate nas folhas da copa
E revela seu batuque
Quero ser para sempre um bicho
Quero estar parado lá para sempre
Lá, onde tudo está sempre acontecendo
Lá, onde ocorre tudo que sabemos
Mas nunca ficamos para observar
Lá, onde os fungos decompõem as folhas
Onde as árvores protegem os pequenos
Onde os animais se atacam com veneno
Onde o mar bebe o Capibaribe
Onde há impressionantes estruturas de lama
Onde os carangueijos parecem brotar do chão
Eu quero mais é observar
Aprender quem eu sou
Sinto que, de agora em diante, tudo mudará
É estranho, mas não sei mais quem eu sou
Sou fóssil e sou pretróleo
Mas tudo bem
Pois também sou carne e sou exoesqueleto
Mas principalmente
Eu quero ser de súber!
Eu quero ter o verde
Eu quero ver o sol e ser feliz
Eu quero apenas fotossintetizar

Doce menino.

Ah meu menino.
meu doce menino,

Como queria, eu, pobre senhora de alma, afagar teu coração assim como afago teus cabelos.
Afagar tua alma, teus sonhos, teus desalentos, tuas paixões, teus anseios, teus temores.

Mas sou senhora e tu és menino.
Sim. Menino. Fantasticamente ansioso e sem caminho. Meus pesares não podem a ti pertencer, pois já não pertenço a ninguém senão a minha própria desilusão.

És menino. Doce menino.
E que açúcar mais inebriante é a tua alma. Açúcar fino e novo, cheio de vidas a açucarar. Mas não te desesperes menino, porque como boa senhora que sou, a paciência me acompanha e sempre estarei aqui para quando voltares cansado da tua jornada fatigado por conhecerdes mais das almas.

Só tu não vês, ó meu menino.
apenas tu amargas o doce coração que a ti pertence. Sorte dos que te verem, sorte dos que te encontrarem e que tu, por piedade, por esperança, por descuido, desempacotar a ti mesmo e mostrar o esplendor tão glorioso da tua alma de poeta, escritor e artista.

Desses que dão vida a vidas secas por aí.

sábado, 28 de setembro de 2013

Meu impasse

De que adianta?
Eu recito pra tu, tu te encanta
Mas sei que se forçar, tu te espanta
Vai embora e nunca mais voltar
E tudo em minha volta, triste se fará
Não te aguento a me olhar de relance
Não te aguento me depositando esperanças
Que me deixam em loucura, com mais desconfiança
De que, um dia, entre nós, haverá um romance

O Vidro

Referência: O Muro http://vamosartezar.blogspot.com.br/2013/07/o-muro.html?m=1

Eu não estava errada
Quando falei que não iria sobreviver
Se houvesse um vidro entre eu e você.

Eu te vejo passar
E não posso te tocar.
Estamos próximos
Somente no olhar.

É uma dor insuportável
Te ver olhar para mim
Desse modo indescritível.
Não posso te ver assim.

Esse vidro singelo
Nos separa de modo irreversível,
Pois ele é eterno
E indestrutível.

Estamos próximos em centímetros
E distantes em infinito.

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Forças

Você já parou pra pensar
O quanto é difícil me esforçar
Pra não cair diante de ti?
Me apertas, me sufocas
Atiras em mim com olhares
E tudo eu ignoro
Mas por dentro eu imploro:
"Oh Deus, por que não minha?"
E te deitas no meu peito
E me abraças
Sossegas no meu leito
E se demora
E demora
E dançamos
E rimos
São olhares trocados
E meu coração, pesado
Vai caindo, caindo
Se sustenta por um fio
Tudo que falta é tu dares um pio
Daí digo que sou teu
E vai ser irrevogável
Irreversível
Inalterável
Incompreensível
Vai ser da noite pro dia
Uma força em ação
Força de melancolia
Ou até de paixão

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Dia 74

Fui descoberto
Não sei por mais quanto tempo aguento
Não sei se suporto o alento
Sei que agora, ela vê tudo de perto
Uma hora ou outra, máscaras caem
Mas eu precisava do momento adequado
Agora que já me sinto até apaixonado
E esse sentimentos, de mim, não saem
Já não sei mais o que vou fazer
Ficou claro que não me darão chances
Se fosse um leilão, eu não arriscava um lance
Tenho medo de quando ela conseguir me ver
Consigo até chamar a atenção
Mas nunca vou me realizar
Não sou forte pra ela me amar
Não sou guerreiro de conquistar coração

Eu sou a civilização humana.

Eu sou a civilização humana,
Que cresce constantemente,
Que como um todo nunca para,
Que internamente entra em conflitos,
Que desentende-se sempre,
Que sem comunhão comigo,
Morrerei por minha própria causa,
Pelas névoas do "progresso",
Pelas nuvens radioativas.
Quando me destruirei o suficiente,
E finalmente perceberei,
A hora de mudar...

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Cérebro

     Uma sala. Frio. Um livro. Uma professora. Idade média, Alta? Baixa? Sim, sim. (Suspiro) Invasões. Bárbaros. Volta-se ao livro. Continua frio. Que história fantástica desse livro! Quero viajar como ele. Visto o casaco. Os Hunos. Império Otomano. Será que fiz o certo? Espero que ele não me odeie pra sempre. O frio diminuiu. A Idade já é Baixa. Livro envolvente. Como eles são livres e tristes! Por quê? Haverá algo melhor pra mim? Morrerei só? Feudalismo. Violão no canto da sala. Acho que estou com fome. Realmente espero que ele não me odeie. Nossa! olha tudo o que aconteceu em Bizâncio! queria ter visto.. Quero pegar a estrada. Quero ser um livro.

Trovadores

É fácil de ver
Moléculas suspensas no ar
Noites de lua cheia a brilhar
Qualquer coisa que te convir
Mas o que será
Que tanto suspiram os trovadores
Com suas cantigas de amores
E seus versos de amar?
Suas vidas têm mais flores
Seus bosques têm mais mar
Vivem flutuando no mundo
Como voa um sabiá
Replicam dores de peito profundas
Acham que a amada vai voltar
Querem uma dança de encantos
Violões a chorar
Mas sem se entregar aos prantos
Pra não se descontrolar
Pois quem trova é o rimador
Que se enche de paixão
Que sabe de coração
Juntar rima com amor

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Prima Vera

É 23, começa a prima
Depois dela, todos verão
Raios solares são obras-primas
Mas como a Vera, nenhum deles é não
Minha prima que faz reviver
Transforma os campos, deserto e sertão
Plantas e flores vão renascer
Traz amores em seu coração
De certo, é errado, mas vou te dizer
Deixe minha prima andar com você
Se surpreenda com as vozes cantar
Vera, linda, Volátil no ar
Quem me dera ela nunca mais acabar

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Boneca de plástico

Andando na rua
esbarrando arrogância
derrubando seu ego
atropelando a vizinhança

Entupida de futilidade
fez como quis
não se importou com o outro
só em ser feliz

Felicidade esta
com tantos amigos
todos invisíveis
o pior dos castigos

Não se prende a nada
se aproveita do que pode
já não tem mais ninguém
e espera que a vida se molde

Boneca de plástico e pó
que já acorda com raiva de alguém
Seu ego tão grande é visto
sequer se beija, para não ter risco

Não pode arriscar ir além
na vida dará um nó
por si só
usando seu desdém

Garota, abre os olhos 
você não cai por uma razão
é a lei da gravidade, porém
não se passa do chão.




Dinossauro Solitário e Poeta Falecido.


Expressando...

           Você sabe quando é amor assim que palavras deixam de ser o suficiente para você expressar o que sente. Você diz mais do que cinco mil palavras, escreve mais de cinquenta textos e cada um com mil palavras no mínimo, mas ainda assim você acha pouco. Então você fala mais, escreve mais, chega até a cantar (mesmo não sendo tão bom), e ainda pensa "falta alguma coisa". Você pensa que não está se expressando bem e que devia falar mais, escrever mais... mas afinal, o que falta? É simples... a humanidade ainda tem um vocabulário pobre quando o assunto são os sentimentos. Por isso que muitas pessoas desistem de falar o que sentem e demonstram. Demonstram com gestos simples como um beijo, um abraço, ou até mesmo um sorriso, ou então com gestos mais complexos, como uma viagem só para estar perto daquele que ama, uma declaração bem planejada, ou até mesmo um pedido de casamento para viver a vida juntos.

Batalha de amor

Se você quer meias verdades,
Calce um sapato.
Não quero mais tuas brincadeiras,
Tuas caretices.
Me devolve meu coração.
Tu quer me viver de ilusão
Enquanto eu me mato,
No mato, a minha paixão.
Enquanto eu me rapto,
Tu és um rato e um leão.
Quando saio da tua
Sou um guri.
Quando te saco, me repeles.
Eu vou sem ti.
Quando me arrastas, me paralisas,
Me dás a mão.
Quando te pego, te sinto em ilusão.
Quando me ergo, me erro o coração.
Quando me apego, enlouqueço de emoção.
Quando tu voltas, eu me odeio por mim.
E me conquistas novamente, como um dragão.
Me iludes, me enche de cri-cri-cri.
Me esnoba, me bate, me deixa assim.
Quando voltas, finge que tudo era calor.
Minto e me esconde atrás da dor.
Me declaro novamente o meu amor.
Não sossego, não vivo assim sem ti.

domingo, 22 de setembro de 2013

Uma madrugada

Gosto de olhar a janela.
Observar a lua.
Imaginar quantas pessoas estão dormindo
E quantas estão acordadas.

Descrevo os meus pensamentos
Através de poemas e desenhos.
Namorando as estrelas,
Ouço o vento soprar
Discreto como um felino,
Mas barulhento aos ouvidos.

Quando a inspiração não está ao meu lado,
Lembranças indesejáveis vem à tona,
Ideias suicidas
E o cansaço de muita coisa.

Por que pensar assim se posso transformar?
Meu medo do desconhecido me corrói.

Então para o fim do doce anoitecer,
Vou fugir mais uma vez para aquelas nuvens dispersas
E navegar no maravilhoso sonhar que é adormecer.

Loucuras de um verme

Sei que nem tudo que escrevo faz sentido pra ti
Mas nem tanto sentido assim pra mim faz
Sou um viciado em revelar minhas almas e aflições
Mas não quero mais tormentos nem paixões
Não quero teus cabelos juntos do meu
Não quero minhas mãos em você
Não quero tua cabeça em meu peito
Dane-se!
Já não quero
Não quero nada
Apenas seguir essa estrada
Deixar o que foi vivido pra trás
Não me iludir mais
Não escrever mais pra ti
E quem disser que estou errado
Não vou dizer o contrário
Vou dizer que estou sim
Mas agora, tanto faz pra mim
Se nunca vou ter o que tanto sonhei
Dane-se tudo, outra vez
Eu quero novos ares
Navegar em outros mares
Vou cuidar de mim
Pra ser feliz também
E quando te encontrar na próxima esquina
Vou me implorar pra voltar pra casa
E como um verme afogado de ressentimento
Angustiado com minhas decisões
Vou voltar de joelhos
E daí, podemos tentar outra vez
Vou virar teu freguês
Até que tu percebas
Que quem escreve pra ti
Sou eu

Gritos de primavera

O dia amanhece silencioso
Não há nada ao meu lado
Se me permites pensar no passado
Que passei contigo, foi maravilhoso
E tudo agora é azul
Irreversível
Nada calmo, como o mar
Nem profundo, como o céu
Apenas meias mentiras
Que não conseguem ser encobertas
Nem por tuas sapatilhas
Criando mistérios e expectativas
Como uma noiva embaixo do véu
E se me digo que vai passar
Não penso em tu vindo para mim
Ó meu anjo querubim
Que me faz delirar
A primavera não podia ser diferente
Passou o tempo, o céu já tá vermelho
Se eu puder, eu te aconselho
A dar uma chance pra gente
Se eu pegar meu violão
Te torno vermelha de paixão

sábado, 21 de setembro de 2013

Rumo

Tentei te abraçar você não queria, 
tentei te beijar, você não queria.
Desisti de tentar.
E acordava sem saber se era noite ou dia.
O poste iluminava a rua
Mas eu estava acima dele
E a luz que de lá vinha sequer encontrava minha alma nua
E o teu beijo gelado
Que tanto eu suplicava
Foi o que me fez deixar tuas mãos de lado.
Não gostava das tuas lágrimas fúteis
Enxugava teu desprezo com minhas roupas intactas
Gastando contigo o que alguém tinha lavado pra mim.
Vou te colocar em uma caixa 
Viajando os quatro cantos do mundo
Quem sabe você toma rumo
E se transforma em alguém assim, não tão desprezível.

Domingo à tarde

Domingo à tarde tudo para.
Jornal, café, vento gelado.
As senhoras nas cadeiras de balanço, nas sacadas de suas casas coloridas.
Folhas pra lá e pra cá.
O amarelo caramelo do sol, que só muda de sabor no domingo.
As bicicletas que só surgem no dia de calma e que nada ajudam na sustentabilidade.
Os namorados e o sorvete, sempre pouco, que a vovó coloca.
Trocaria todos os meus dias por um pouco daquele ar.

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Desabrocha

Por que ainda estais fechada?
Me mostra tuas pétalas
E tua cor meiga e sutil.

Notas tuas irmãs tão belas?
Todas ao seu redor não têm timidez
E tomam formas delicadas.

Por acaso temes murchar?
Não te preocupes com isso,
Pois cuidarei de ti com veemência.

Então desabrocha, minha pequena rosa.

Passageiro

Eu sou aquele
Que vai agregar a dúvida à certeza
Vou permanecer nos teus pensamentos
Tu vai deixar de pensar com clareza
Me meto pelos cantos
Besta feito eu
Jogo meus encantos
O destino me prometeu
Não deixo, me deixo
Levo a levada do amor
Encaro com muito desleixo
Passo a ficar sozinho com a dor
Tudo é passageiro e só impressão
Nada nosso nunca existiu
Eu não roubei teu coração
Mas tu roubou o meu e ainda mentiu

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Amor pela luz

Perdido na fria floresta,
Nenhum sinal de sorte.
Mas ao longo eu vejo,
Que brilhante luz que enturva?

A viciante luz guia-me,
Para lugar qualquer.
Era tão brilhante,
Que me impedia movimento...
Se não o de seguí-la

A luz no chão guia-me a um lago,
Onde uma alma perdida enfim podia,
Descansar em paz e esperar enquanto o Sol nascia.
A paz foi perdida devido a um ser no lago...

Fiquei em determinado momento assustado,
Não conhecia ao exato aquele lugar,
Mesmo tendo lembranças diversas dele.
Mas o que submerge da água não era um demônio
Não era um monstro, nem mesmo um ser lendário.

O ser que aparece junto a mim,
Emerge das água com rapidez,
É você, minha estrela sensual,
Minha paixão, platônica, porém única.

Lotado

De 5:30 eu levanto,
Tomo meu banho, como meu pão.
Saio de casa sem nenhum encanto.
A vida parece não ter sustentação.

Boto a mão pra pedir parada
Em grande lamentação.
Todo ônibus que chega,
Já tá perto da lotação.

É calor, barulho, engarrafamento,
Estresse e aumento do tormento,
Que vai criando desesperança.
Vemos um Estado só fazendo lambança.

Todos já conhecem a lei da física,
Então, hão de concordar
Como eu fiz quando, vi essa expressão.
Tava pixado na Boa Vista
Que dois corpos não ocupam o mesmo lugar
No busão.

Esquina

Não espero que entendas porque deixei de lado a tua presença,
subitamente, sem previsão.
Saibas que com as palavras escritas sobre a mesa
está toda aquela pausa súbita que envolve minha respiração
quando em ti contato.
Pertenço as luzes da rua que não aguentam esse seu "meu" e esse seu "sempre".
Saibas que encontro, a cada esquina que viro, um amor.
Verdadeiro, eterno e intransferível.
Mas sei que quando te ver em casa, sentirei a mesma coisa que sinto pelos olhares dos anônimos que nunca chego a conhecer.
Amor sufocante e nato mas que você insiste em estragar o restringindo a sua posse.
Não entendes que és a protagonista dos meus devaneios futuros?
Que as outras peles que visto se dissolvem no momento em que viro a outra esquina?
Não, não entendes.
E é por isso que te deixo.
Quero que você descubra suas efemeridades, suas peles e o gosto de outros lábios.
Aprenda a compartilhar a minha carne com o mundo.
E quem sabe, outro dia, não me encontres ao virar a esquina.

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Querida Lisianthus,

            Já vai fazer um ano que viajo pela Europa graças a papai, que me permitiu fazer tal viagem. E hoje completa uma semana que estou na Inglaterra. É o lugar que sempre procurei. Simplesmente é um local muitíssimo belo com todas suas casas, praças e exposições. Me hospedei na casa de um tio nosso (que por sinal eu nunca ouvi falar). Sua casa é simplesmente enorme, com um bonito jardim de diversas cores (você iria adorar), e aqui também tem um campo bastante amplo onde vou toda tarde ler ou escrever à sombra de uma árvore qualquer. Mal posso esperar para ter autorização de mamãe para fazer uma viagem com você do meu lado ao invés de você também viajar mas com um roteiro diferente do meu (essa cabeça de mamãe... simplesmente não a entendo). Me conte onde você está agora e como é por aí, pois sinto muito sua falta e quero saber como andas.
             Ah, antes que eu me esqueça de mencionar, um rapaz me viu hoje à caminho do meu passeio diário pelo campo e ele pareceu interessado em mim, mas eu duvido. É bem capaz dele ter ficado somente curioso por nunca ter me visto antes (você sabe como sou, sempre vendo algo onde há nada). Ele conversou pouco comigo e logo foi embora, disse que estava atrasado para um certo comitê que ignoro as intenções. Era um rapaz bonito, mas não fazia muito o meu gosto. Ele não me falou seu nome nem nenhuma outra informação. Nem posso perguntar-te se o conheces (seja pessoalmente ou só por nome), pois vai que ele tenha alguma fama que desconheço...
           Bom, como gostei tanto daqui, pensei em passar mais do que somente quinze dias e vou pedir à papai permissão para ficar um período de trinta dias no mínimo. Você acha que ele realizará tal desejo meu? Só espero que ele não pense que eu tenho outras intenções, sabes como papai é (como eu, ele vê coisas onde nada tem). Enfim, me mande notícias porque eu há muito já sinto sua falta.

Com amor, da sua irmã, a Viajante.

Eza

Eu quero tua beleza
Tua tristeza
Misturada com a certeza
De um amor de incertezas
Com maquiagens de extrema destreza
Mas sutis, com leveza
Deixando de lado uma clareza
Que me ataca com tamanha dureza
E me leva numa correnteza
Para uma vida de frieza
Enquanto vives na nobreza
Eu declaro minha riqueza
Desse jeito, essa proeza
Não é da minha natureza
Mas declaro, sem fraqueza
Que eu amo toda essa tua boniteza

Labareda

Meu desejo é flama
Que sedento chama
Para tua cama.

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Jovem

Me convém
Estar acima da razão
Ainda sou jovem
E disso não abro mão
Seja por qual motivo for
É interessante quando eu paro tudo
E faço meus biscoitos
Causo minhas mortes
Imagino meus amores
Descarto minhas sortes
Sumo com minhas oportunidades
E digo que estou cansado
Sem propriedade
E sem razão
Mas com veemência
E determinação
Me convém
Te errar
Com meus olhares penetrantes de alma
Daqueles que secam os mais densos mares
E te acertar com minhas cantadas baratas
Que não surtiriam efeito
Da maneira que fosse
Mas me convém
Tudo me convém
Pois assim sou
E não vou muito mais além
Estou acomodado assim
Vou descobrindo tudo com tranquilidade
Mal conheço os becos e ruas da cidade
Mas tudo bem
Estamos apenas no começo
Anseio o futuro com apreço
Sou um mero jovem

Assustado

Medo louco
Do teu rosto
De desgosto.

Fico rouco
Deixo exposto
O meu medo
Do teu rosto
De desgosto.

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Sentido

Dormir? como? nada mais faz sentido..
memória de pele não me deixa..
e que pele
e boca
e cheiro.
Só a pele faz sentido.
a tua pele
a tua boca
o teu cheiro.

Sonho de ser bailarina

Ao tocar.
Ao ouvir.
Ao dançar.
Ao sentir a leveza.
Ao sentir a grandeza.
Ao sentir o calor.
Ao sentir o fervor.
Ao se entregar.
Ao sentir o prazer.
Ao se emocionar.
Ao parar.
Ao sentir a dor.
Ao dormir.
Ao amanhecer.
Mais uma vez um sonho.


Era uma vez uma bailarina.

Nem um jasmim

Por hoje, vou embora
Cansei da tua demora
Das tuas desculpas elaboradas
Tuas noites inventadas
Teus sorrisos como um chão
Passando de boca em boca
Teus abraços sem perdão
Teu instinto "leve e louca"
Hoje, já não te espero
Tua inconfidência eu não tolero
Teus surtos de carência
Fazem apenas mal pra mim
Te dou toda minha existência
Tu não me dás nem um jasmim

Abraços, Batalhas e Escolhas

Eu estava lá
No meu canto
Procurando por você.
Onde você está?

Então,
Te vejo vindo em minha direção,
Pedindo um abraço
Que só você sabe como pedir.

Te abraço,
E por um segundo
Nada mais existia,
Somente eu e você ali.

Seus abraços podem virar meu vício
(Se é que já não são)
Porque eu me encaixo perfeitamente em seu peito,
Escutando seu coração num ritmo que me acalma,
Que me afasta de todo o resto.

Mas então,
Fui puxada de volta para a realidade
Como um pescador puxando seu peixe fisgado:
De súbito.

Acordei
E vi que você estava mais uma vez distante.
Eu quero te dizer algo,
Mas não encontro minha voz.

Meu coração está dividido
Entre você e meu futuro.
Não posso escolher os dois.

Duas opções, uma escolha...
Opções que brigam entre si
Como o São Jorge e o Dragão.

A batalha está num empate
E eu não sei se você torce
Para o cavaleiro
Ou para o monstro.

O que você quer que eu escolha?

Eu quero falar com você
Mas temo falar algo
Que você não queira ouvir.

Não quero te magoar.
Quero te amar
E por você ser amada.

Não quero ser novamente abandonada...

domingo, 15 de setembro de 2013

Marília

O que você diria
E o que faria
Pra gente ficar junto?
Vamos parar de viver essa mentira
Não sou homem espetacular
Mas tenho meus valores
Não sou perfeito
Nem precioso
Mas com você, eu seria
A força do "nós"
Me trasformaria
Vamos ficar a sós
Entre quatro paredes
Vamos quebrar a alvenaria
Vamos deixar de maresia
Vem Marília, que a gente aproveita
Em meu peito, tu se deleita
Em meu campo, vemos a luz do dia

sábado, 14 de setembro de 2013

Nevermore

Throw me your plagues
Put me in your plays
Can you call yourself a liar?
Can you stop all of my desire?
Will you treat me like your whore?
Don't you ever say it again
I'm getting out of your plan
I'll just say "nevermore"


Nunca mais (tradução)

Jogue-me suas pragas
Me coloque nos seus jogos
Você pode se chamar de mentirosa?
Você pode parar todo o meu desejo?
Vai me tratar como sua prostituta?
Nunca diga isso outra vez
Estou saindo dos seus planos
Vou apenas dizer "nunca mais"

Sentado lá

Se não precisas, me recolho
Eu leio tudo no teu olho
Te levanto em um instante
Te respiro delirante
Ainda que estejas longe do meu lado
Pode ter certeza
Que apesar de toda a tristeza
Estarei lá, sentado

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

O eu poético

E agora eu sou meu eu
Nada confundível com um ateu
Mas que caminha lento e cabisbaixo
Enquanto ouve loucuras como "já morreu"
Proferidas sem pena de quem já desceu
Viu o inferno e voltou
E percebeu
O suicídio em que minh'alma mergulhou
Quando o vento levou
O mar afogou
O pulo esmagou
O sangue jorrou
Mas sou meu eu
Minha identidade poética
De caminhada sempre frenética
De mal gosto e má estética
De sentimentalismo e reação sintética
De fingimento que vem da genética
Carregando sempre nenhuma ética
Com situação sempre hipotética
E morro
Morri
De morte matada
Deixo meus sentimentos aí
Pra minha alma ser lavada
E o ciclo recomeçar
Eu, com esperança, me levantar
Com suspiros me admirar
E num piscar de olhos
A vida me matar

Lúcida inlucidez.

Fogo em todos os cantos.
Crianças ao fundo gritando
Pertubando meu sono.

Dois belos comprimidos
E volto ao meu leito.
Venho a sopitar.

Dentro do sonho
Sinto-me perseguido
Por um ser deformado
Maligno...

Tento fugir deste demônio
Correndo por um corredor infinito
Repleto de espelhos, fogo e espinhos.

Olho para trás
Não há mais nada atrás de mim.
Retomo o fôlego
Olho por um fragmento de um espelho
Eu sou o demônio do qual eu fugia.


quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Eu morro

Cada vez que você fala disso
Que você me passa isso
Eu acho que vou cantar sobre
Mas nunca me deixar levar
É mais difícil que tudo o que eu já soube
Só pra me contrariar
E eu reflito sobre
Mas os Deuses nunca me dirão
Assim como é rápido a tua chegada de paixão
E tua levada sobre meu coração
Passam o tempo e a estação
Que nunca acaba
Mas eles devem saber
Por que eu sinto no cheiro de flores de quando tu se aproximas
Eu sinto que primavera tá ali, debaixo do meu nariz
Eu canto, sussurro, rio, faço rimas
Faria ainda mais pra te fazer mais feliz
Mas não tem canção de amor
Poema lírico-amoroso
Declaração
Voodoo
Macumba
Reencarnação
Fala, conversa, vontade do cão
Frio, calor, primavera ou verão
Que te faz ficar
E isso me deixa louco
Cada vez que eu vejo tu me largar
Eu morro mais um pouco

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Future-se!

Resolvo tudo em um só clique
Falo com quem deveria estar ao meu lado
Ando no meu carro novo e chique
E meu cérebro fica mesmo é parado

Tecnologia está aí pra facilitar
Mas a gente usa ao contrário
Ao invés de usarmos pra nos ajudar
Usamos pra ficar sedentários

E o homem vai se tornando escravo da máquina
Deixando inaptidão e insuficiência por dentro
Se vemos um presente com toda essa lástima
Segure-se
Talvez seja uma solução drástica
Querer avançar no tempo
Se prenda ao passado
Não faça errado
Future-se!

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Incompleta

Ela chega logo fofocando sobre os assuntos do fim de semana
Mas as amigas não têm nada a dizer
Não interessa se vai recolher-se em seu canto
Ou chamar atenção como nunca
Ela não sente
E nem está
Algo
Não consegue
Nem

domingo, 8 de setembro de 2013

Fast-atitudes

Vou levar um copo de paciência
Dois pratos de humildade
Devolver a inadimplência
Acabar com a relatividade
Digerir o pudor
Mas, moço, se apresse por favor
Tou aqui só de passagem
Embale tudo pra viagem

sábado, 7 de setembro de 2013

Dia da inocência

Levantem sua bandeiras!
Hoje é dia de inocência
De quem acha que é dono de suas ladeiras
E defende seu país com veemência
De quem comemora com alienação
E quase não vê problema nisso
5 séculos de corrupção
Povo tratado como lixo
Dia de desfilar na avenida
Camuflar nossos problemas
Dizer que a pátria é querida
Mostrar que não existe dilema
Maquiar o povo pra dizer que é feliz
Ignorar os problemas de sul a norte
Mostrar toda a potência do país
Que foi enganado
Quando o Imperador abestado
Disse "Independência ou morte!"

Ilusão

Encha minha bola
Diga o que dizes a todos
Me iluda com o sabor especial das palavras
Pra pedir que eu te guarde
E já sou teu protetor
Daí, saia pra dançar de saia
Com todos os moleques da pista
Mas me faça te perder de vista
Pra não ter que assistir teu teatro desmoronar
E pra, quando tu voltares, eu poder te aceitar
Como vieste ao mundo
Louca e imparável
Passos largos pr'um futuro profundo
Oxe, pode parar
Venha pra cá que você me deixou só
Encha minha bola de novo
E diga que me adorou
Só tenho a dizer que você me deu um nó
Quando disse que me amava, mas não me beijou

Use sua imaginação

Não seja tão literal
Em suas leituras!
Isso é poesia,
Não uma narrativa.

Lembre daqueles
Que estão ao seu redor.
Não precisa ser um grande amor...
Pode ser um(a) irmão(ã), amigo(a) ou conhecido(a).

Nem precisa ser uma pessoa
Porque um animal qualquer
Também pode marcar
Uma fase na sua vida.

Não leia exatamente como está escrito.
Voe nas palavras.
Até neste que acabou de ser mostrado
Pode ter uma interpretação SÓ SUA.

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Será?

Do homem ao chão
Para o futuro da nação,
Vemos seres humanos conjurados na miséria.

Uma vida julgada pela existência do ser
E definida como uma espécie.

Ele se envergonha de viver.
Limitando-se de aprender, crescer.

Chora pela lástima de nascer nesse mundo
E aliena-se com bens considerados maiores pela sociedade.
Achando, apenas.

Será mesmo que o culpado é ele?
Ou será que é VOCÊ?

Aventura

E eu sou o suficiente
Me arrasta contra a corrente
Me torna um amante de amor repentino
Vem de vez, para com esse mimo
Vamos juntos, cada um com uma trouxa
Viver uma aventura com a mente frouxa
E gritar pro mundo até ficar rouco
Que nada é melhor do que levar a vida como um louco

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Você está bem?

Como você está?
ninguém (realmente)
verdadeiramente
profundamente
desesperadamente
apaixonadamente
enfurecidamente
necessariamente

(in-felizmente?) se importa.



Corrupção

Há 500 anos, quem é feliz é o porco que rouba
Já vi noticiado, escrito e até por quem trova
A corrupção e a roubalheira do país
Que deixa quem é rico mais rico e quem é pobre, mais infeliz
Já faz tempo que vê-se isso em nossos traços
Já disse Tomás Antônio Gonzaga, já disse Gregório de Matos
O brasileiro gosta é de fazer vista grossa
Finge que é tudo um mar de rosas
Dá pena de toda essa passividade
Que é facilmente aproveitada por quem vive de ruindade
Mas é culpa mesmo dessa população lerda
Passam séculos e séculos e só vivem na merda

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Vida - O mais complexo dos poemas?

Estou aqui curtindo
todo o ódio capaz eu de sentir
o meu limite, até agora,
mas na mente, só me vem sorrir
quero matar, beijar
quero correr, parar
quero explodir e destruir tudo
quero consertar e abraçar tudo
só quero gritar
mas eu choro
eu quero viver, mas eu não levanto
não tomei minha decisão
não escolhi o meu caminho
mesmo tendo criado e esteja seguindo
nada se trata de viver
nada se trata de morrer
a vida não faz sentido
a morte faz menos ainda
queria poder estar vivendo
queria, mas estou morrendo
nada tão complexo, só complexo demais
e eu, na vida, só buscava a paz
mas agora vejo, tudo tão claro
não entendo de escrever
não consigo sequer ler
tudo porque a vida é algo inútil
e morrer, não te faz aprender
nasci para morrer feliz
morrerei feliz, para deixar outros tristes
viver é algo tão difícil
que faz esses mortos não entenderem mais nada
APRENDA A VIVER
mesmo estando morrendo
e entenda o que na vida lhe dizem
que a vida, você poderá entender.
Não gosto de falar de morte
não gosto de falar de vida
talvez eu fale de vir
talvez eu fale de ir
quem sabe, querida...

Quando ama

O amor não se explica
E por vezes não se sente
O amor se ama
Quando está longe, reclama
Quando está perto, fica carente

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

A vida de morte

Ser morto é ser lembrado
para grandes situações
vida de morto é ignorado
esquecido, esquecida
Se tivesse um abraço
tal com tanto amor real
se ele tivesse longe
se ele tivesse mal
como ganhar este desejo
e poder retribuir ao mundo
esse fato talvez ideal
meu sonho de morto
que não paro de sonhar
e só vou esquecer
quando ele me acordar
esse é meu sonho real
para o meu pequeno mundinho
meu mundo ideal.

Pra bom entendedor

Pra bom entend....
ah! e quem liga pra quem entende o que?!!
Que todo mundo entenda tudo
Que niguém entenda tudo.
Não entenda.
Não é vergonha não saber
                         não entender
                         não ser
e se for,  então entenda o desenteder da saberia de quem é. (desentendido).

ou não.
ou...

Pensamentos esclarecidos

E desde que ouvi você falar,
Passou uma eternidade.
Quando contemplei teu sorriso sob o mar
Me libertei das futilidades.
Quando me ensinaste noite e dia
Tive uma epifania.
Quando estávamos juntos e anoiteceu,
Tudo se esclareceu.
Quando em ti pensei,
Vi que me apaixonei.
Quando me abandonaste na dor,
Percebi que era mesmo amor.

domingo, 1 de setembro de 2013

Amigos

Por vezes, nada melhor do que o sabor de quem se importa
De quem chega ao teu lado e te abre portas
Quem sente por ti um apreço enorme
E quem não para de pensar em ti, nem quando dorme
Quem é companheiro e não te abandona
E está contigo nos momentos tristes e de zona
Quem ajuda a te levantar e te carregar
Quem prova que, para qualquer momento, estará lá
Essas peças boas, quero sempre levar comigo
Pra sempre, onde eu estiver, quero estar rodeado de amigos