quarta-feira, 31 de julho de 2013

Relatos de um amor

Chegaste e já de longe me trouxeste lembranças de uma admiração passada.
Mas com o tempo, apenas o medo tomava conta de mim às suas proximidades.
Por uma situação ou outra, fomos nos aproximando
E aprendi a deixar o medo ou a vergonha de lado.
Nos tornamos grandes amigos.
Talvez até irmãos.
Como nada é perfeito, fomos caindo,
Nos deixando levar um pelo outro,
Nos deixando convencer pelas pessoas
E pela paixão.
Daí, nenhum de nós era mais o mesmo.
Decidimos coisas e construímos um futuro brilhante em nossos sonhos.
Nos amaríamos até não poder mais e aí
Nos amaríamos um pouco mais.
Só que em algum momento,
Esquecemos de viver o presente.
Enquanto você sempre se encontrava ausente,
Eu fazia o possível pra te ouvir mas não grudar demais
E acabei errando em tudo.
Nunca fui suficiente em nenhum dos pontos.
Passou o tempo e continuei como um mero tolo ingênuo.
Como sempre, nada foi suficiente pra consertar as coisas
E acabei sendo deixado aos prantos outra vez.

Um sorriso. Um olhar.

Aquele sorriso
E aquele olhar
São algo que eu
Nunca havia visto.

Não sei por quê
E nem o que
Tinha de diferente.

Um sorriso tímido,
Nervoso e indeciso.
Um olhar focado,
Com seu sorriso refletido.

Duvido que eu vá
Ver novamente tal expressão,
Mas eu estou bem satisfeita
Por ter tido uma noite de contemplação.

Uma única noite foi
Mais do que o suficiente
Para tudo mudar,
Até mesmo seu sorriso e olhar.

terça-feira, 30 de julho de 2013

Sinta-se!

À vontade
Para criticar
E livremente pensar
Com autenticidade

Levemente
A sonhar
Começando a se expressar
Para toda a cidade

Paranoico
Ao se deixar levar
Pelo desejo de amar
Em sua mocidade

Em casa
Para junto se sentar
E conosco remoldar
Sua artisticidade

Lembranças Inevitáveis

Ao som da flauta doce,
O céu cinza aparece.
Árvores negras da floresta 
Nos atrai para o amor.

Por mais cuidado que se possa ter,
Acaba como inesperado.

O beijo da morte.

E assim recomeça tão distante
Quanto à própria época que nos chama.

Será que nascemos para nunca mais?

Momentos lastimáveis.
Lembranças inevitáveis.

segunda-feira, 29 de julho de 2013

Meu primeiro amor

Naquela idade, eu pouco sabia sobre as coisas do amor.
Sobre os problemas, o sofrimento.
Nem até sobre a alegria.
Não tinha percepção de mundo nem muita consciência das coisas que me rodeavam.
E eis que me acontece
Um fato que, na época, era um tanto estranho
Vergonhante e diferente.
Ela corria atrás de mim e eu corria dela com medo da perseguição.
Com medo das fofocas e do mal entendido que seria causado.
Até que eu tava certo, mas se soubesse do que vinha pela frente,
Tinha ficado parado esperando ela me alcançar.
Mas não sabia eu que,
Depois de curtos 3 ou 4 anos,
Ela se tornaria meu primeiro amor.
A vergonha não acabaria por aí, lógico.
Passaria vários meses antes de me fazer admitir
Talvez até pra mim mesmo.
Mas no fim, o amor parece não falhar
E sempre chegar à percepção do amante,
Ele querendo admitir ou não.
Doeu pra mim ter que vê-la declarando diante de mim,
Na época, seu melhor amigo,
Seus sentimentos por outro,
Mas nada que fosse estragar a maior profundidade do ferimento posterior.
Após meses de tensão entre o saber ou não do sentimento,
Ela notifica que iria embora para sempre.
Sairia da minha vida pra voltar apenas uma outra vez,
Num dia 10 de fevereiro ou coisa próxima,
Perfumada, de vestido. Belíssima.
Me deixou até nervoso.
Mas não mais do que quando eu pensei que nunca mais a veria.
De repente, foi um desespero tomando conta de mim
E ela se despedindo.
O abraço foi apertado, mas não deu pra decorar o cheiro.
Na verdade, deu pra nada.
Só deu pra passar aquele tempo sendo cego
E aí, quando eu resolvi acordar, ela já tava indo embora.
Agora, já foi.
Nunca mais que ela volta.

domingo, 28 de julho de 2013

Memórias de uma vida

A nossa intenção não era bem essa.
Ninguém imaginaria uma combinação de nós dois.
Parecíamos de realidades completamente distintas
E mentalidade divergente em vários pontos.
Mas acontece que aconteceu.
Os sentimentos chegaram num apogeu
E tudo passou a ser inevitável.
Inexperientes, não sabíamos o que fazer.
Certamente começamos de má forma.
Eu ia levando, deixando o tempo passar
E tu me acompanhavas,
Junto,
Lado a lado.
Mas tu cansaste de se deixar levar
E decidiste que não era mais hora pra isso.
O apogeu veio seguido de declínio pra ti
E tu deixaste sucumbir.
Mas quem realmente acabou destruído, fui eu
Que, inocente, fiquei desnorteado.
Conversa vai, conversa vem por aí
E tu decidiste dar uma chance ao futuro que já havia se apagado.
Pior ainda.
Me iludiste friamente.
Me fizeste acumular esperanças.
E aí, quase que calculadamente,
Como uma flecha,
Disparasse contra meu coração bobo,
E eu, me sentindo do homem o próprio lobo,
Sofri e chorei que só a muléstia!

sábado, 27 de julho de 2013

Não se apega

Você não é o culpado.
Não se sinta um anormal.
Me dá um beijo e um obrigado
E depois vai logo me dando um tchau.

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Memórias

Quando eu era mais novo,
Eu via a chuva caindo na manhã ensolarada
E meu pai, entusiasmado, logo anunciava:
"Olha o casamento da raposa de novo!"

Eu assobiava alto,
Andando pelo estacionamento do edifício
Ouvia coisas sobre um tal de hospício
E odiava ter que ir pro Jardim Planalto.

Gostava de visitar minha avó do interior.
Prestava atenção pela janela do carro em toda vegetação passada.
Botava um sorriso no rosto quando via a Serra Talhada
E ia-me embora brincar no calor.

Minha outra avó, só vivia na cozinha.
A gente chegava tudo com fome,
Passava pelo povo comendo, que eu nem sabia o nome
E já saía procurando aquele pedaço de galinha.

Desde sempre, era reservado.
Nunca fui de falar muito,
Mas tudo parece que tinha o intuito
De me deixar facilmente chateado.

E minha mãe, não sei como tinha paciência.
Eu tinha pavio curto e era violento.
Qualquer andada mais me parecia um tormento
Pois me tiraram toda a benevolência.

Cresci sozinho dentro de mim,
Sem me expressar nem me mostrar pro mundo.
Pra um ou outros, sou eterno vagabundo,
Mas pra mim, eu sou só assim.

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Suspiros

Quem me dera, ao menos uma vez
Tirar todo o veneno que corre em minha veia
E todo o coração que me faz sentir
Agora mais confuso do que era antes

Quem me dera, ao menos uma vez
Sentir a luz que paira na floresta ao dia
Pra encontrar a respota deste sonho ruim
E tornar o pesadelo em um descanso de paz

Quem me dera, ao menos uma vez
Ter um pouco mais de sofrimento na vida
Pois assim, teria o que lamentar
E pararia com toda essa mentira e drama

Quem me dera, ao menos uma vez
Encontrar todo o sentido de uma vida terrena
Se te deixam preso neste mundo hostil
Como esperam que melhores e vivas sem ser corrompido?

Quem me dera, ao menos uma vez
Ter a força necessária para enfrentar o mundo
Todos os problemas eu derrotaria
E partiria daqui como um ser evoluído

Quem me dera, ao menos uma vez
Contemplar as sensações que um novo amor promete
Mas toda a solidão ainda está por vir
Pois reivindico sempre o que não mereço

Quem me dera, ao menos uma vez
Parar pra aproveitar tudo o que se pode nesta vida
A vida inteira ainda está por vir
Mas já vivo como algo que não tem mais tempo

Quem me dera, ao menos uma vez
Interromper este sentimento desnecessário
Deixar só as coisas boas emergirem
Pra, num piscar de olhos, eu não ser mais o mesmo

Sol do fim da tarde...

     Não é quente, mas tem seu calor.
     Contraditório, não?
     Mas se você observar é exatamente assim. O brilho do fim da tarde você não vê sempre, porque são poucas as vezes que você para para apreciá-lo. É uma luz diferente daquela do resto do dia, que deixa todo o ambiente ao seu redor tão claro que parece ser surreal, um sonho...

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Doces

- Tem suco?
- Não. Só tem doces.
- Ah, tudo bem... Brigado.
- Brigado? Mas não preferes um brigadeiro?
- Não sou muito fã de doces...
- Nem um beijinho? Este é de graça!
- Armaria! Não faz assim, eu tenho vergonha...
- Se avexe não. Eu digo só por que queria estar bem-casado.

terça-feira, 23 de julho de 2013

Escreva-se!

Como forma brilhante de expressão
Expressa de maneira clara ou enigmática
O que tem no coração
O escritor de mente fantástica

Jeito novo de chamar atenção
Modelado pelo poeta ou transmissor
Às vezes, meia palavra já dá satisfação
Pro bom entendedor

Escreva coisas e afins
Verás que é bom sair do bolo
E ser uma solitária flor de lis
Pra colocar na construção mais um tijolo

Pra mostrar quem tu és e o que sentes
E sair contando histórias por aí
Prove que és diferente de dementes
E que mais autenticidade no mundo vais ajudar a construir

Só para lembrar...

     Ei, amor! Eu sei que faz muito tempo que a gente não se fala, mas eu não sabia se você havia se esquecido, então eu vim aqui te lembrar. Te lembrar que ainda te amo, dos momentos que já passamos juntos, das sensações que tivemos...
     Apesar de todos os dias, semanas, meses e anos que passamos separados, nada mudou. Ainda sinto as mesmas coisas ao olhar para você, ao escutar sua voz, ao ver seu sorriso (seja pessoalmente ou numa fotografia), ao sentir seu toque... e ainda sinto a mesma coisa ao ver-te se afastando, ainda sinto o abandono da primeira vez, a saudade de todos os dias, e ainda me pergunto “por que as coisas tinham de ser assim?”

     Eu sabia, desde o primeiro dia, que você nunca mais sairia do meu coração.

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Camila

Engraçadinha e mulher alta,
É facilmente desejada por todos.
Não só é voluptuosa, quanto é incrivelmente bela
E delicada ao ponto de ser tão tímida quanto é forte e decidida.
Gosto de vê-la sorrir com seu jeito envergonhado.
Gosto de vê-la passar de jeito discreto.
Gosto de quando me procura por motivo qualquer e me cativa com o olhar.
Me encantei mais ainda com a forma que me puxou para o primeiro beijo.
Só não gostei de ter perdido uma ótima possibilidade de futuro na minha vida.
Mas, que seja.
Se errei, reconheço e admito.
Não estava pronto para desfrutar de tal relação.
A depressão decorrente da declinação passou há tempos.
O que sobra agora são lembranças boas,
Que podiam ter sido melhores.
Mas já que consegui me declarar
E dançar aquela valsa,
Digo que doeu, mas valeu à pena.

domingo, 21 de julho de 2013

Medo

Passos apressados em meio à escuridão
Sombria, tanto quanto a próxima esquina abandonada.
E nada. Nada mais na rua além dele,
Enquanto foge de seu medo mais terrível.
Frio e arrepios lhe fazem aumentar o ritmo da corrida.
Olha para trás e para os lados.
Apenas rastro de seu medo atrás dele.
Escuta seus passos na noite
E sente a fera aproximar-se.
Uma última olhada para trás o deixa mais louco
Quando percebe que nada há o perseguindo.
Ao apressar seus passos, esbarra com a fera
Que lhe arranca o coração do peito.
Sentindo seu sangue escorrer por seus dedos,
Vê que a fera já partiu com seu coração.
Movido pela loucura, lambe seus dedos, saboreia seu próprio medo,
Alimentando-se assim do que lhe fez mal
E tornando o medo em mais loucura e atitude.
Pode não mais ter um coração,
Mas medo, nunca mais.

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Mundo Paralelo

     Há momentos em que eu vou para outro lugar, um lugar não físico, o lugar dos meus sonhos. Mas eu não controlo esses momentos, eles dependem do vento, da paisagem ou de uma sensação qualquer. Momentos assim acontecem quando eu sinto o vento bater no meu rosto, quando sinto o calor do sol atingir minha pele, quando sinto o cheiro de rosas vir de um jardim, ou o doce perfume que ele usa, quando escuto uma música suave, ou o som da natureza, ou a voz dele sussurrar no meu ouvido, quando vejo o clarão das estrelas, ou o brilho no olhar dele.
     Eu me sinto sob a sombra de uma árvore com a luz do sol no horizonte. Ou então me sinto no topo de uma colina com o escuro da noite me envolvendo, com a beleza da lua e das estrelas. Se eu estou com ou sem ele nesse lugar? Não sei... na verdade, não importa. Eu estou tranquila, em paz.

Sentimentos teus

Como um piscar de olhos,
Tudo apenas se apaga.
Ontem, o que tinha era quase certo.
Hoje, não tem mais nada.

Tu declaraste teu amor
E foste embora perdido,
Pois achaste em alguém a dor
De um coração partido.

Foste se iludir, então,
Para afogar tua mágoa.
Te encheste de uma nova paixão
Que iria embora como água.

Feriste uma donzela
Que com a história tinha nada a ver,
Declarando amor a ela
Mesmo sem nada ter.

Conseguiste teu amor de volta
E esperança voltaste a ter.
Mas não sabias da reviravolta
Que estava para ocorrer.

Terias teu amor declinado outra vez
Para vagar triste pelos cantos.
Da dor da vida, se tornar freguês
E cair no abismo profundo de prantos.

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Mulata

E é insistência que me empurra pela ribanceira abaixo.
Lá no fundo, rio de confusão, correnteza forte.
Me leva logo pros abraços da calma
De cabelos negros e pele escura,
Onde meus olhos fecham
E minha mente fica enfadada
Com o passar de mãos apalpando minha face.
Onde eu posso deitar, me aconchegar,
Rir e me iludir numa esperança meiga, cruel e fatal
Que oscila de acordo com o humor de cada conversa e cada assunto.
Ô vida besta que dá pra viver ao lado dela.
Todo dia na janela, vendo a hora passar,
A nuvem passar,
A pessoa passar,
O sol se pondo e a lua nascendo.
Pega minha mão e me puxa de uma vez pelo braço
Pr'esse sonho inatingível como o sideral espaço
E me faz correr coordenado por todo o salão
Até que, exausto, eu me lambuze no chão.
Os boatos vão correr por toda a urbe,
Mas dormindo, ainda vou estar acompanhado fazendo uma cantata.
E quando acordar, que me perturbe
A lembrança de cada momento com a Mulata.

O Muro

É como se houvesse um muro
Pelo o qual não posso ver,
Mas que de vez em quando
Uma brecha faz você aparecer.

Um muro indestrutível.
Eu não sei de onde veio
E nem como derrubar.

Quando começo a sobreviver,
Só fazes aparecer
E me faz lembrar que sem você
Eu não posso viver.

Mas eu sempre me lembro
Que poderia ser pior,
Pois o muro poderia ser de vidro.
Minha situação não seria melhor,
Pois nem sobreviver

Eu poderia tentar fazer.

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Crianças

Cheguei dizendo que te amava
Mas sei que estava enganado
Infelizmente, não preciso mais de ti
Apesar de saber que me sinto completo ao lado teu
Não sei se tudo passou
Nem sei o que sinto e quero realmente
Mas não se espante
Foi tudo uma brincadeira

Insaciável

Aquela fome que só surge nas altas da noite. Ignorar, ignorar, ignorar.A raiva de ceder vai se misturar com a frenética ansiedade no momento em que seus pés tocarem a cerâmica fria do quarto. Te levantas e quase corres na direção do teu alvo. Paras em frente à geladeira e te enches de água direto na garrafa pra ver se enganas a si e voltas pra cama sem aliviar esse mal que te consome. Mas não, não resistes e pegas o telefone.

Dança ao som do fôlego.

Silêncio. chega de palavras. só a melodia. o som, da Respiração.
encontro de olhos,chamamento confiante e desarmado de olhares.
(som doce e ainda apreensivo de junção)
mão na mão. toque no toque. fechar profundo e já tranquilo dos olhos.
(som acalmado e de júbilo por esperança de total derretimento de Eus)
à frente se vai, assim, confiante como quem deseja mostrar liderança.
atras se volta, assim, na malemolência de quem foi achado.
mãos juntas. olhos juntos. como quem conta.
(som exorbitante, lento e ainda tranquilo, mas profundo e já ritmado)
entrelaço de sentimentos no passar das mãos envolta do outro, 
                                      no ser passado envolta do outro.
à frente se vai, assim, como quem diz seus medos.
atras se volta, assim, como quem foi descontraído e expandido.
mãos firmes, olhos constantes.como quem se explica.
(som denso, firme e ainda lento, aos poucos no derretimento da alma)
então já é pélvis com pélvis e não contra.
o peso é um só, como quem se une.
 já não existe o contra peso, a contra resposta
a direção é a mesma. os movimentos são adivinhados e confiantes.
sente-se o entrelaço, ou desentrelaço. derrete-se. 
toque suaves de mãos que tocam. olhar de quem se agradece. 
(som eterno na memória)






terça-feira, 16 de julho de 2013

Dançando música lenta

Ella Fitzgerald no vocal
Louis Armstrong com sua pegada brilhante
E eu e você na pista ou na sala de casa
A luz de velas
À noite
Dançando no ritmo calmo e apaixonado da música
Só nós dois
Uma taça de vinho em tuas mãos
Teus cabelos castanhos presos de forma magnífica
Teu suéter azul fofo e aconchegante
E um sorriso envergonhado no rosto
Enquanto cochicho ao teu ouvido, te desejando
E balança pra cá
Balança pra lá
Sentindo o poder da voz cativante
Sendo tomados pelo clima
Até que, finalmente, nossos olhos se encontram
E o beijo
Que era inevitável
Passa a ser
Fatal para o amor

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Nova perspectiva

Hum... Nada novo por aqui.
Tudo na mesma estática
Chato como sempre foi.
Talvez tudo melhore.
Calma, calma, peraí.

 P
    r
      o
        n
          t
            o
                .
                                   Agora
                                    sim.
          T
          u
          d
          o
                                                            q     u     e
                                       a 
                                  r
                            e
                                                                 n c s á i       
                                                             e e s r o
               e
                  r
                    a
                      o  l  h  a  r
                                                       de
u
 m
  a
               Nova
            Perspectiva.

Mudanças

O tempo,
As pessoas,
As opiniões,
As decisões,
Os sentimentos...

Tudo muda,
Independente do que seja.
Se é para melhor ou pior
Nunca se sabe,
Até acontecer a mudança.

As transformações acontecem
Com base em especulações
Que podem estar certas ou não.

Escolhas são feitas
Sem a certeza
Do que irá ocorrer,
Com esperança de que
Tudo o que mudar
Seja para o melhor.

Decepção nas escolhas erradas,
Alívio nas certas.
Mas as mudanças,
Sejam elas para melhor
Ou pior,
Sempre acontecem.

domingo, 14 de julho de 2013

De repente

De repente
Eu fui pra esquerda
Tu viraste à direita
Ele deixou de existir
Nós não somos mais os mesmos
Vossas palavras me silenciam
Eles não se encaixam mais aqui

sábado, 13 de julho de 2013

Conversa

- Visse alguma coisa esses dias, mané?
- Não. Só de vez em quando que o moleque senta na frente da macieira e esconde o rosto com um boné.
- Isso é só pra fazer o migué.
- Já fosse no médico cuidar desse chulé?
- Oxe, ontem mermo. Tenho que esfregar meus dedos num sopé.
- Esse médico é macumbeiro, rapaz. Nunca vi ensinarem um negócio doido desse na faculdade de medicina não. Esfregar dedo em pedra? Ié?
- Esse país tem de tudo mermo... Mas já que o médico é formado, eu vou na dele. Também acreditei não, acho que ele tá é me enrolando. Mas é, José.
- Se Deus quiser, você vai sair curado disso João. Bote fé.
- Então... Isso que dá querer fazer os gosto da esposa e dançar com sapatilha de balé.
- Oxe, dançar com sapatilha, rapaz? E isso aí, como é que é?
- É ruim que é danado. Desconfortável que só a desgraça. Mas pelo menos passamos o fim de semana num chalé.
- Me conte isso aí, rapaz. Foi naquele que tem no alto da sé?
- É, home. Tudo chique lá. Só servem leite itambé.
- E tu viu o que disse o Pelé?
- Vi rapaz. Tá lascado agora. Vai ter a inteligência comparada a um chimpanzé.
- É mermo... Óa, vou me embora, dar no pé.
- É melhor, daqui a pouco sobe a maré.
- Chegar antes da mulher, também, pra não levar um pontapé...
- Já tá quase na hora do café.
- Até.

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Desenhe-se!

Numa folha qualquer
É como tudo começa.
As mãos dançam um balé
E os pensamentos confundem-se à beça.
De repente, aparece aquele desenho teu,
Nem sempre um auto-retrato.
Pode ser algo que alguém te leu,
Mas é um desenho de fato.
As linhas vão tomando forma,
Se juntam em forma escultural.
Não possuem exata norma,
O que realmente importa é o que se tem no final.
E aí, de agora, comece a se expressar.
Se te importa tal forma de arte, se empenhe,
Vamos artezar!
Artize, desenhe!

quinta-feira, 11 de julho de 2013

As lágrimas...

As lágrimas são como um rio
Levando embora tudo de impuro.
Não importa quanto tempo leve,
Sejam horas,dias ou anos.

As lágrimas aparecem e vão embora,
Lavando a alma
De tudo que for negativo
E que obscurece a aura.

O rio tem sua correnteza,
Que leva aquilo que não presta
Para sempre longe de si,
Deixando águas novas no lugar.

As lágrimas são como um rio
Que está sempre renovando seus fluidos
Para mostrar sempre seu melhor lado,
Mostrar seu jeito mais belo.

Mais que perfeito?

Eu te encontrara
Tu me beijara
A gente se amara
Uma vida ao teu lado eu idealizara
Da nossa ilusão, tu acordara
E meu coração, tu quebrara
Tudo ficaria bem, tu falara
Mas nem tudo ficou tão bem quanto tu pensara

Escrevi tudo errado, não sei se tu reparaste
Pois lembranças de um pretérito foi o que me deixaste
E agora, já não sabe o que pensa esse sujeito
Pois o meu pretérito contigo foi mais que perfeito
Ainda que tenha sido errado

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Bem querer

Bem que se quis bem,
Mas meu bem querer quer
O bem do nosso bem.
E o bem do querer é esse mesmo:
Querer bem o nosso bem
Para querermos bem o bem
Do querer.
Te quero bem, meu bem querer.
E meu bem, quero que tu queiras
O bem do nosso bem
Pra querer bem o querer
Do nosso querer de querer bem.

terça-feira, 9 de julho de 2013

Ponto final

Teus traços permanecem
Na minha cabeça e no papel
Enquanto meus pensamentos me padecem
E cobrem tua cara com um véu
Não passa o tempo, não passa a hora
E a dor é cada vez mais real
Viro a Fera atrás de Aurora
E sua beleza fenomenal
Não sei se és princesa saída de um conto
Me prendes a ti de forma fatal
Espero que coloques em nossa partilha um ponto
E à dor e o sentimento, um ponto final

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Diário

Obrigado meu diário
Meu melhor funcionário
Diz o que penso
Canta o que sinto
Me livra do silêncio
Pra você, não minto
És o melhor ouvinte
E o maior divulgador de minhas ideias
Por vezes, és até meu melhor amigo
Nunca discutes comigo
Mas sempre me fazes refletir bem
E sempre estais aqui
Me dando suporte
Seja a hora que for
Do jeito que for
Sentindo o que for
Não sei como suportas
Meus escritos melancólicos
Mas me enche de alegria
Quando vejo teu apreço
Pelas coisas belas que escrevo

Na boca

Tem gente que não
tem gente que sim
tem gente que corre
e pede ajuda pra mim
Não é difícil entender
mais difícil é explicar
e você me pede assim
sem ao menos tentar
quer que eu o alimente
sem precisar se esforçar
Pule! Corra! Faça ou morra!
Está na hora de deixar a sua marca
quando se sabe das oportunidades
não se está na frente pelo saber
e não fique a ver
bote a mão e se anuncie
mostre quem você é, sem medo
mostre e faça com seu dedo
digitais que mostram quem fez
e ai você será imortal
ao ver de quem queria
talvez ser um dia
ser assim, bem igual
de quem queria ter
toda essa moral.

domingo, 7 de julho de 2013

Ofício e vocação

Tudo que quero
É te fazer sentir,
Te fazer pensar.
Por isso, te conto
Todos os meus segredos,
Pra que tu te sensibilizes
E me conte tuas coisas,
Me escreva e aprecie.
Te conto pra voltares
A sentir as emoções
Que fazem parte da natureza humana,
E pra que assim
Tu possas se libertar
Desse mundo alienado
Pra viver o retrô comigo,
Pra ver de outra perspectiva,
Pra sentir de outro jeito,
Pra tu desabrochar
O que tu tens guardado
No fundo de tua alma.

sábado, 6 de julho de 2013

Pinte-se!

Sinta!
Pinte
O set e o mundo
Relate
Como fez Picasso
Em Guernica
Pinte
Mesmo que sejas um fracasso
Como foi considerado Van Gogh
Leia
Os quadros de Da Vinci
Como A Última Ceia
Sentindo uma loucura repentina
Olhe para o teto
No meio da Capela Sistina
Sinta o poder obscuro
De Caravaggio
Com o chiaroscuro
Mas no fim do caminho
Não se sinta um Retirante
De Portinari
Se sinta cheio de cultura!
Pinte-se!
Isso é que é arte!

Par Celestial

Choras tanto
Porque reclamei de ti?
Me perdoe
Por duvidar.

Agora sei
Que não me abandonaste.

Não chora mais.
Me machuca
Te ver assim.

És tão mais belo
Quando não derrubas
Tuas puras lágrimas.

Sei hoje
Que tu nunca deixarias
Teu querido viajante
Sofrer sozinho.

sexta-feira, 5 de julho de 2013

O retrô e os sentimentos

Além da autenticidade na forma de pensar, agir e querer,
Retrô é sentir autenticamente.
É ser diferente do que a sociedade define como sentimento.
É amar todos os dias, independente se é dia dos namorados,
natal,
ano novo,
dia da mentira,
aniversário de namoro, casamento,
aniversário de alguém.
É se preocupar com alguém todo dia,
toda hora.
É fazer coisas diferentes e definir o que o sentimento significa pra você.
Dizer se te faz suar frio,
se te faz tremer de nervosismo com as mão geladas.
É externar o que te passa na cabeça quando se está com alguém,
não importa se é namorada, marido, mulher, namorado, ficante,
até paixão platônica vale!
É se libertar de coisas materiais.
Matéria pouco tem valor, a não ser pelo grande investimento monetário feito.
O que importa mesmo, são os sentimentos,
tanto os que a pessoa te passa quanto os que você passa pra ela.
O que importa é o amor.
É amar.
É sentir.
E dane-se o resto!
Sinta, ame, enlouqueça.
Por que, a definição, como já dizia o filósofo, é burra.

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Solidão Celestial

Oh céu,
Tás lindo essa manhã.
Não soubesse da história?
Eu te amei...
Até agora.

Por que te mostras tão lindo
Com seu viajante estando tão feio?

Oh céu,
Por que me deixas tão sozinho
Nesta manhã tão cinza para mim?

Você poderia ao menos
Me emprestar sua máscara,
Impedindo os outros
De verem meu interior.

Mas me parece
Que eu sou
Nada para ti,
Pois me ignoras
E continuas com tuas vivas cores.

Graus (Sensível e tônica)

É como se eu fosse o grau sensível
E você fosse a tônica,
Pois sinto por ti
Uma grande atração.

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Às vezes, é assim...

Não me sinto bem...
Me sinto triste,
Desanimada,
Mas não sei por quê.
Sinto falta,
Saudades,
Mas não de quem
Ou do quê.
Eu simplesmente sinto,
Sem saber os motivos.

Enarmonia

Ah, meu bem!
Nós dois, juntinhos,
Somos tão parte um do outro,
Nos vemos um no outro tão igualmente
Que somos uma enarmonia.
Somos coisas diferentes,
Mas no final, somos o mesmo.

terça-feira, 2 de julho de 2013

Solidão...

Não é somente no agora...
É no passado também...
Sem tempo algum
Com exatidão.

Mesmo com anos de diferença
De quando tudo começou
Nada disso realmente mudou.

Houve tentativas
De tornar tudo melhor.
Com pressa e com calma.
Mas tudo volta para o ponto de início.

São assim os dias
Na vida de homens e mulheres
Que dia após dia
Amam sem por que ou para quê.

São assim os anos
Na vida de um apaixonado,
Que mesmo com tudo sendo passado
Ainda tem seu coração amaldiçoado.

A primavera, as flores e suas abelhas

Como uma flor que se abre
É o poeta quando revela seu interior na poesia.
Se deixa levar,
Conquista o olhar e a atenção do leitor,
Faz o leitor refletir,
Parar,
Pensar,
Sentir,
Cativa com sua beleza.
E daí, se o leitor é como uma abelha,
Ele entra na poesia do poeta,
Se lambuza com todo o néctar
E vai embora.
Transporta a essência
E faz a poesia multiplicar.
E ela se prolifera lindamente
Quando a primavera chega.
A primavera já se foi,
Mas se voltar a ser como era antes,
Nada mais lindo...
Poesia pra todo lado.
Poeta se revelando por aí.
Isto sim é belo:
O poder que as pessoas têm de se expressar.
Algo que é próprio apenas do ser humano,
Ou ser poeta.
Mas todos somos.
Todos podemos.
Pena que poucos se importam.

Que me dê esperança

Que a vida me dê esperança
Tê-la em meus braços,
É tudo que desejo
Aconchegar e abraçar seu pequeno e frágil corpo
Dar amor e afeição
Fazê-la crescer e evoluir
Ensiná-la a viver
Ver seu sorriso
Acariciar seus cabelos
E protegê-la de seus medos primários
Em tudo que guardo e desejo
Vou dedicar minha vida a ti
Amo-te
Mais do que tudo nesse mundo
Sei que não estás aqui ainda
Mas posso sentir tua existência.
E que nessa essência esplendorosa
Possa realizar o sonho de uma futura mãe.


p.s: De um sonho, o amor. Espero por ti.

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Agora é

Paro minhas ansiedades e liberto meus pensamentos em letras.
Tudo se estrutura livremente, sem vergonha.
Os profundos pensamentos saem, cheios de si, convencidos.
Reprimo-os, mudando sempre o assunto fundamental do texto,
Mas o inevitável ocorre.
Eu falei pra mim, inúmeras vezes, que não escreveria mais sobre tal dor.
Jurei entre meus lençóis e travesseiros
Que nunca mais seria pra você o meu amor.
Mas como um bumerangue, os sentimentos vão e voltam da mesma forma.
Não era, não era MESMO, para ser sobre você.
Mas agora é.