terça-feira, 29 de abril de 2014

Se eu fosse você

Se eu fosse você
Eu me ligava
Eu atendia ou esperava
Que assim fosse ser
Depois de semanas milenares
Assim ainda espero ouvir de ti
E não mais tolero se tu falares
Que é desnecessário
Não tolero tuas não voltas que me deixam livres
Não suporto a solidão que tu me deixou
E menos ainda o ódio que me acaba
Mas, ora
Devo então ser racional
Já que o amor não recomeçará
Posso ao menos mudar
O início desse poema então
Se eu fosse você
Eu me ligava
Que colocou tudo a perder
Quando traiu o meu amor
Eu me ligava
Que minha unicidade não será encontrada em qualquer esquina
E que assim que me perdeste
Bom, já é problema teu
Se eu fosse você, eu corria
E voltava pra eu
Mas já que tu não sou
Vou aproveitar mais ainda
Esse mundo inteiro que me restou

segunda-feira, 28 de abril de 2014

Eu me matei

Naquele dia
Que a gente foi se reconhecendo
E eu fui me surpreendendo
Ao me deixar levar
Eu de besta não sabia
O que com você faria
Onde isso iria nos levar
Bom, nos trouxe até aqui
Sou muito louco pra não te amar
Muito medroso pra partir
Apesar de querer ter teu amor
Não se espante, é amor de amigo
Tudo o que te peço é pelo que te faço
Pelo que te faria
E sei que assim, todo dia
Um outro amigo faria por mim
Se tivesse declarado
Com surpreendente demasia
O amor que sente por mim
Mas você não há de me entender
Não vai deixar de teimosia
Não vai sacrificar por mim algumas horas do seu dia
Não vai olhar pra mim ao chegar
Nem falar comigo quando estiver lá
Pois sou um canto invisível
Um plano de vida falível
Ora, se pensa assim então
Devolva o espaço que tem no meu coração
Sei que nem por esse poema vais me entender
Talvez nem desconfies do que está se passando
Mas se sou um nada tanto para você não ver
Bom, que assim seja
Ignore nossa amizade
Antes que eu acabe me matando

domingo, 27 de abril de 2014

Tatuagem

Vejo passando de relance
Um braço distante marcado
Um coração, nele, pintado
E uma epifania em mim num instante
Em que tudo estava premeditado
A assim sempre acabar
O coração ali pendurado
No meu peito deveria estar
Não porque tinha sido roubado
Mas pelo fato que estou a explicar
Aquele era um coração ensanguentado
E que várias flechas levou
Que ao amor estava sujeito
E em mais nada ele hesitou
Foi amando e amando todo dia
Em toda esquina se apaixonou
Mas aí então, a harmonia
Acordou no outro dia
Lhe meteu outra flecha e o deixou
Mas, como um teleporte
A flecha entrou no peito e sumiu
Eu perdi ali todo o meu amor
E minha cabeça de vez explodiu
Mas hoje a esperança não me está de sacanagem
Naquela moça que vi passar
Eu vi meu coração, meu amor e meu amar
E só irei me acalmar
Quando para ela chegar
E poder dizer que ela roubou meu coração
Mas, claro, que me entenda sem viagem
Ela não é minha paixão
Meu coração é sua tatuagem

Coração Arrombado

Já parastes pra pensar
quantas vezes na semana
você pensa em amar
mas na verdade se engana?

Já parastes pra ver
quantas vezes em um dia,
pra apenas reviver,
pra quantos você sorria?

Sua tatuagem de coração
de mil flechas já passou
seu amor está no chão
e ele já se pisou

Quando vem uma flecha
que faz o coração sangrar
e em sua única brecha
consegue apenas chorar

Arrombastes a tua tatuagem
e agora estás a reclamar
a verdadeira fuleiragem
foi você se enganar

quinta-feira, 24 de abril de 2014

Livre amor

Se não me tivessem feito um tanto assim
Tão ingênuo e inocente
Se nós dois fôssemos um pouco mais complacentes
Confesso que, assim, seríamos mais nuvem e céu azul
Quisera eu não ser um ser tão pequeno
Que não conseguia nem te fazer me enxergar
E que certamente não faria tu se reter
Perto de você, eu sou mais uma lagartixa
Um animalzinho qualquer
Que queria te babar como todos os outros
Que te chegava no primeiro assovio
No primeiro cantar
Mas, diferente dos outros
Eu era aquele que te fazia harmonia
Que te completava em nossas vozes
E isso faz trazer a nostalgia
De tudo o que vivemos naquele dia
Que, antes de tudo, foi apenas curto
Seguido de confusão e melancolia
E já nem sei se realmente valeu mais
Por ter sido assim
Bom, o fato é que podíamos servir de complemento
É, se não fôssemos tão diferentes...
O dia vai chegar
Em que eu poderei dizer que sou alguém
E isso não será por sua causa
Mesmo que nós nos acertássemos quando fôssemos parelha
Eu sei que nosso amor iria apenas findar
Você quer o mel e o ferrão da abelha
Eu queria apenas te contemplar
E se consideras isso te prender
Me liberta então do teu ser
Pois, assim como você
Eu quero ser livre para amar
Mas enquanto amando eu estiver
Não existirá outra mulher
Que terá meu coração, como a que eu me declarar

terça-feira, 22 de abril de 2014

Sobre o poeta

O trabalho do poeta é mais sombrio do que se pode imaginar.
Seus caminhos, o tempo todo, podem variar
Se nas suas viagens mentais ele encontra situações paranormais,
Vidas ideais,
Amores sem iguais,
Honras e ideais,
Os dizeres todos bem na ponta da língua
Que passam para a ponta do lápis
Que se delicia no papel.
É apreciado quando o poeta suga de si mesmo
Todo o discurso silencioso
Que produziu em seu interior,
Que, muitas vezes, quer dizer sua essência,
Sua alma e existência,
E outras vezes é apenas tratado como ironia,
Mas, quem dirá que esse trabalho não tem fulgor?
É, o poeta é tal como o escultor.
Pega seu objeto de trabalho que será modelado,
No caso, as pequenas letrinhas que fazem parte de qualquer código,
E usam da maneira que desejam para produzir arte.
O poeta viaja no seu mundo, e isso tudo faz parte.
Ser poeta quer dizer ser vagabundo.
Quer dizer ser rei, rainha, criador, dono do mundo.
Quer dizer ser pobre, plebeu, discriminado e sujismundo.
Quer dizer que pode ser o que quiser
Se a alma apenas deseja.
E assim, se decide que assim será.
E assim, quereremos que assim seja.
Mesmo depois que tudo se passa,
Até quando brincar de imaginar perde a graça,
Aqui estamos para contar nossas desgraças,
Para cantar nossas felicidades,
Para definir o que achamos que é.
Ser poeta é imaginar
E nunca se prender a tudo definido e ao que definiremos.
É poder sonhar alto, mesmo que caiamos,
Pra poder dizer
A todos os presos que não buscam e não vêem como nós vemos
Que eles estão errados,
Mesmo que nós não estejamos certos.

domingo, 20 de abril de 2014

Lágrimas

 Como fazer um ser humano chorar?
Através de suas lembranças mais tristes?
Ou as mais felizes?
Como medir a pior ou a melhor de todas?
Comover, emocionar...
Talvez em apenas uma palavra possamos fazer você sentir
É muito fácil um simples gesto físico ocorrer
Mas aqueles que realmente sabem,
Esperam
Aguardam até a calada da noite
Para que seus gritos de angustia se soltem
Suas lembranças mais corrosivas
Seus sentimentos mais brutos
Apenas em lágrimas silenciosas
Não podemos dizer que é assim que os tornam mais fortes.

Mas podemos talvez discernir qual o sentimento queremos esconder mais. 

segunda-feira, 14 de abril de 2014

Amor de começo de abril

Sim, eu me vi no espelho
Eu vi meu olhar sombrio
Meu olhar vazio
Meus olhos mortos
E sem arrepio
Olhei pra frente
Percebendo que na verdade
Isto queria dizer olhar para trás
E assim, me lembrei da noite passada
Na jornada para encontrar a caixa
Que deveria conter tudo o que eu queria
Lembrei que, ao chegar lá
O que havia de precioso já tinha sido roubado
E o que havia de importante, já tinha derretido
As coisas tinham mudado
Depois de tantos corações partidos
Foi ali mesmo
Diante de todos os meus sonhos se destruindo
Que eu me dei conta da fragilidade do nosso mundo
E que já tinha visto meus olhares sombrios em outros olhos
Olhos que foram traídos e perderam seu rumo
É, talvez o rumo nosso seja mesmo se perder
Pois eu lembro que, naquela noite
Eu descobri a verdade sobre o amor
Que a vontade de ficar junto, é amor
A vontade de ver o outro, é amor
A vontade de se beijar, é amor
A vontade de conversar, é amor
Quando se pensa na pessoa ao acordar, é amor
Quando se pensa na pessoa antes de dormir, é amor
Quando coisas fazem-nos lembrar que amamos, é amor
Quando lembramos dos cheiros, é amor
Quando estamos lado a lado, é amor
Quando discutimos, é amor
Quando estamos com raiva, é amor
E por amor é que se chora e se mata
Que se constroi, que se destroi
E é por amor que a ira segue em frente
É por amor que dizemos sim e não
É amor quando pensamos no talvez
Quando abrimos espaço, é amor
E quando somos inflexíveis, é amor
Quando lemos sobre o que não nos interessa, é amor
Quando aprendemos pelo outro, é amor
Quando se há espaço para amar, é amor
E é amor quando não dá pra amar mais ninguém
É amor quando amamos outro alguém
E quando amamos a nós mesmos, isso é amor também
Amor é tanta coisa que nós mesmos não conseguimos entender
E é por isso, que tanta coisa é amor
Mas na verdade, o amor não é nada disso
Todas as nossas teorias sobre o amor
São baseadas em achismos
Falamos sobre ele com tanta propriedade
Mas não paramos pra pensar
Que a maioria de nós
Nunca soube o que é nada disso
Por isso, virou uma coisa com o nome bonito
Um significado magnífico
Mas tão abstrato
Que virou vazio
E eu, de tanto procurar
Achando que já tinha vivido tudo isso
Me decepciono em aqui dizer
Que "eu te amo" é a maior mentira
Que podem dizer pra você

domingo, 13 de abril de 2014

A trajetória do sozinho

Era uma vez
Um velho jovem
Que já tinha vivido longos 334 anos
Caminhando pela estrada da sua jornada
Não estando nem na sua metade
Quando tinha 2 anos
Se apaixonou pela primeira vez
Descobriu o que aquilo significava
Teve seus primeiros sinais de nervosismo
Suas primeiras borboletas no estômago
E depois
Com a assinatura de uma viagem para longe
Acabou
E ali, ele amadureceu 3 anos
Aos 5
Se apaixonou outra vez
Apenas a contemplava de longe
Como se ela fosse realmente uma obra de arte
Ele se afastou
A arte acabou
E o jovem amadureu 6 meses
6 meses depois
O jovem foi forçado a se apaixonar pela primeira vez
Apenas por conveniência
E ali, colocou pra fora tudo o que sentia
E ali, foi declinado tudo o que sentiu
Ele virou a mesma criança que era bem antes de saber da existência das paixões
Se descontrolou
Se perdeu no meio do caminho
Até que se estabilizou
Mas como o destino quer nos mostrar
Que a vida não é assim tão fácil
Eis que vêm de novo
O seduzir à paixão forçada
E a ela, ele sucumbe
E assim se vai mais uma ponta de esperança de amadurecimento
E veio lamentação pra cá, choro pra lá
Até que o jovem veio a se recuperar
E ali, descobriu, de repente
Que era o amor que ele deveria procurar
E saiu a sua procura
Esperando ele achar
Virou a primeira esquina
E já foi se iludindo
Descobriu coisas que nunca tinha conseguido enxergar
E até hoje é grato por isso
Mas depois de aceitar a paixão
E por ela zelar
Por surpresa, vê-se declinado
Quando tudo parecia nas normalidades
Nas formalidades
Quando tudo estava simplesmente pronto para agir
O jovem, que tinha amadurecido mais 2 anos, agora voltava a falir
E virou de novo um obscuro chorão das profundezas
Um bruto enfurecido e decepcionado, com coração partido
Foi aí que, depois de se recuperar
O jovem evoluiu mais 3 anos
E daí, passou a construir sua identidade que tem hoje
Depois de um tempo passar
Achou outra paixão
Daquelas que não achava que iria findar
Que sonhava ser eterna
Mas assim não foi
Acabou antes de todos os planos que ele tinha feito
E, mais uma vez, o mundo dele caía a seus pés
Sem nada poder fazer
Mas quando se recuperou, mais 4 anos de progresso
Voltou e colocou a tapa a cara
Declinado
Sem grandes comentários
Na dele, experimentou o inesperado
E isso o mudou
Como todas as outras paixões o mudariam
Para sempre
Ele viu que as coisas podiam ser de outra forma
E que não havia limites
Descobriu que estava tudo em sua cabeça
Mas antes de poder se deleitar com isso
Foi rejeitado mais uma vez
E eis que, hoje
Sentado sozinho
Com sua caneta borrando o papiro
Ele percebeu
Que toda a dor o fez amadurecer
Mas ele podia ter feito tudo isso
Mesmo estando sozinho

quinta-feira, 10 de abril de 2014

Compreensão

     Enquanto eu estava no lugar que deveria, me jogaram textos, como fazem e sempre farão. E começa a leitura. É frase pra lá, conceito pra cá, citação e paixão... Hum... É perda de concentração. Concentro de novo e resumo com tópicos. Puxo setas e realço pontos principais. Sim, acho que entendi. Até minha doutora em compreensão me chegar com o mesmo texto, lendo-o, parágrafo por parágrafo, e tudo perder o sentido. De repente, a compreensão virou confusão. Virou entropia, desconcentração e quem dizia que entendia estava em meditação. Eu não via, não entendia, não ouvia, não percebia que o texto era isso tudo. Era isso tudo mesmo? Não sei... Afinal, que danado de discurso é esse que ela está falando? De que me vale se existe a análise francesa? Por mim, sei que ainda sou brasileiro e isso não há de mudar por ainda algumas décadas. Afinal, a gente pensa a mesma coisa ou roubamos as coisas um dos outros? E, antes de pensar sobre isso, realmente importa? A verdade é que queremos ser donos das ideias pra sermos importantes, mas não se vê a importância que já existe ao pensar e repassar uma ideia a toda a sociedade. Passado isso, tudo bem. Já reclamei que não entendi, já esqueci de tudo o que se passava. Numa volta pra casa mais longa que o habitual, voltei a refletir sobre a compreensão em si, e descobri que talvez eu já tivesse compreendido. Eis que, numa virada de esquina, avisto aquele rabo de cavalo dançando rápido em minha direção por trás de um vulto voluptuoso e misterioso. Até aí, nada de especial... mas atravessamos a rua no mesmo momento, e quando meus olhos, viajando em alguma esfera da minha mente, fitaram os dela, percebi uma obra de arte passando ao meu lado. Como se não bastasse, ela olha pra mim de volta e eu, mesmo que ainda estivesse a voar, percebi nos seus lábios um sorriso que poderia querer dizer tudo e nada. Que não poderia ser separado em tópicos e não poderia se realçar suas partes principais. Que não importava se ela era francesa, alemã, russa, ingles, judia, cristã ou siamesa. Como uma ideia, ela passou o seu sorriso por mim, e isso já foi o bastante, mesmo que eu nunca vá descobrir seu nome. O sorriso me levou além da compreensão e do que se pode compreender e me deu em troca a viagem de solidão do mesmo ser que sei que sou. E com tudo isso, se já achava que tinha me decidido, talvez eu deva voltar pra uma aula de compreensão de sorrisos. 

terça-feira, 8 de abril de 2014

Na volta...

Beijos e abraços
Juras de amor
Ditos que nunca serão esquecidos.

Partida e despedida
Viagem ao desconhecido
Rostos que não serão mais vistos.

Ventos que me levam embora
Não são os mesmos que me trazem de volta.
Tudo está diferente
Não importa o que tenho em mente.

Se esperei encontrar
Tudo do jeito que deixei...
Não há ninguém
Mais mergulhado em ilusão.

Se desejei me aproximar
Daquele que tanto amei...
Nunca terá alguém
Com o mais partido coração.

sábado, 5 de abril de 2014

Senhora e Senhor

É possível fazer mais
Fazer mais do que já não se faz
Tirar do coronel o capataz
Mostrar que o trabalhador também é capaz
E não pelo que mostra o cartaz
Que quer nos enganar com os "avanços"
Ninguém aqui é mais boi manso
Esses tempos de gado e boiada já se foram
Aqui se pede e se preza o desenvolvimento
E quem carrega o cimento
Deve ser bem respeitado
Quem chama a atenção pros problemas
É porque tá tudo acabado
Senhora vem me falar de garantir futuro
Senhor diz que precisamos melhorar
Todos dizem que somos capazes
E a situação completa irá melhorar
Mas o que se vê é o oposto
Senhora no poder
Ajuda a manter
A figura do conjunto que engana
Que faz curvas
Mandando à esquerda e à direita
Fazendo as insensatas decisões
Atrasando gerações
E Senhor
Tem a sorte de pegar um trem andando
Toma a carona e diz que tá tudo bem
Mas não vive ele no submundo
Com essas imagens de além
Que temos ao lado
Aqui bem nos nossos vizinhos
Nas nossas crianças
Camuflado pra ninguém ver
Mas à mostra pra saberem que existe
Senhor e Senhora que não fazem por merecer
O dinheiro que colocam no bolso do país
Ou nos seus próprios bolsos...
Senhor e Senhora
Que governam sem dor
E sem hora
Para fazê-la findar
E a dificuldade nunca vai acabar
Não adianta ter uma bela economia
Se a política é um mar de hiprocrisia

sexta-feira, 4 de abril de 2014

A teoria do querer

Um dia assim ensolarado
Um tanto anoitecido
Minha paixão platônica me perguntou:
"O que te dou de presente?"
E eu, inconsequente, mas não precipitado, pensei:
"Me dê teus lindos poemas
Tuas execuções instrumentais
Teus sorrisos excepcionais
Me dá teus beijos espetaculares
Teu cheiro relaxante
Tuas mãos de seda
Tua alegria dançante
Tua calmaria cativante
Tudo teu que me faz assim
Que me faz sentir
Que achei tudo o que procurava
Em uma só incrível pessoa
Me dá teu olhar sincero e engraçado
Me dá tua companhia
Que meu presente
Seja que tu estejas presente"
Depois de pensar profundamente
Em todas essas hipóteses e possibilidades
Eu disse:
"Uma lembrancinha tá bom"

quinta-feira, 3 de abril de 2014

Dia

Hoje é dia
Dos meus poemas
Das minhas cartas de amor
Das minhas declarações
Dos meus primeiros pensamentos matutinos
Das minhas esperanças de menino
Das minhas paixões
Do meu esplendor
É dia
Das histórias que eu vi
E das belezas que chorei
De tudo que senti
Um dia por alguém
Dia
Das minhas experiências tamanhas
Do que eu sinto nas entranhas
Do que eu deixei pra trás
E do que carregarei pra sempre
É hoje
O dia que sou toda esquina
É dia que eu sou a verdade
Vivendo a calamidade
Do meu privado público
Assassinado
No meu linguajar pútrido
Deteriorado
No meu pensamento profundo
Hoje é dia
De todas que me disseram
"Eu te amo"
Que disseram
Estar apaixonadas
Que me disseram que eu sou da melhor qualidade
E ainda assim, por bondade
A mim não se submeteu
Hoje é dia
De todos os relacionamento que eu tive
E das imaginações que construí
É dia do meu cupido sem mira
Que me deu todo o amor que já gastei
Que me deu toda a esperança que desperdicei
Hoje é dia da mentira
E desse dia, eu sou rei
Não há, para mim, consolo
Eu sou o rei. O rei tolo

terça-feira, 1 de abril de 2014

Só pra você

Só pra você saber
Eu fui-me embora
Deixei de te ler
E me vejo agora
Sem brilhos de aurora
Só os mundos lá fora
Que querem me devorar sem demora
A vida que me vem sem hora
Meu mundo findando ao final do anoitecer
Só pra você saber
Se eu me acordar de manhã
Pensando em você
Pode ter certeza
Que é só de brincadeira
Eu não desceria nem uma ladeira
Pra apreciar tua beleza
Só pra você saber
Se eu te disser que te amo
Te dedicar meus poemas
Te jurar meu amor
Te cantar minhas canções
Amarrar nossos corações
Ignorar minha dor
Eliminar meus dilemas
É engano
Sem você as horas passam tão rápidas
Quanto anos
Se eu deito na rede
Só pra passar o tempo
Eu nem penso mais em ti
Quando minha varanda me encanta
E minhas ruas calam a boca
Veja só, que coisa louca
Não é você a primeira coisa que eu penso
Tudo que sinto por ti, dispenso
Mas seria eu uma anta
Se com tudo que sinto
Não pudesse te amar