terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Pernambuco

As capivaras cruzando o Capibaribe
O maracatu e o frevo a tocar
Bonito são as suas cachoeiras
Em Boa Viagem, o sol, a areia e o mar

Recife, a Veneza brasileira
Ao lado de Olinda vem brilhar
Caruaru, Gravatá e Pesqueira
Sabem muito bem como encantar

Ó terra dos altos coqueiros
Linda do interior ao litoral
Com a cultura, impressionas mundo inteiro
Todos chegam pra ver teu carnaval

És terra encantada
Pra sempre lembrada
Da floresta ao sertão
Ó, Pernambuco
Sou mameluco
Te levo sempre no meu coração

Vou levar para sempre no meu sangue
Os fogos e o milho do são joão
O jeito e o DNA do teu mangue
Ajudaram a construir toda a nação

Tua população canavieira
Tem força até pra fazer Revolução
Em Recife, tivemos a Praieira
No sertão, o poderoso Lampião

Quero gritar para o mundo inteiro
As belezas do São Francisco e do Pajeú
Quero passar por inúmeros roteiros
Mas levo no meu coração apenas um

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Recife e Olinda

Chegou em casa com a mãe perguntando:
"Tu tava onde, menino?"
E Pedro disse: "Eu fui à praia do Janga, pra ver a ciranda e o seu cirandá. Ciranda!"
"Esse tempo todinho?", perguntou de novo a mãe agoniada.
"Não." disse Pedro. "Também fui 'lá onde o mar bebe o Capibaribe'".
"Sem avisar, menino?", insiste a mãe.
"Fui ver 'a moça bonita da praia de Boa Viagem' e depois fui pra Olinda e disse: 'Olinda! Quero cantar pra ti esta canção'. Daí, finalmente pude voltar pra casa e dizer 'Voltei, Recife! Foi a saudade que me trouxe pelo braço'".

Mereço

Se você parasse com suas saídas descoordenadas,
Seus laços desnecessários,
Seus cigarros retardatários,
Escreveria mais.
Se você fosse menos insana,
Mais sem graça,
Mais careta,
Mais perneta,
Mais lambreta,
Mais chupeta...
Não, calma...
Talvez não era isso tudo.
Se você fosse menos mole,
Menos cabeça dura,
Menos protelação, mais amargura,
Mais coração
E muita ternura...
Apesar de que...
Eu sei que você é.
Pensei que você fosse engraçada.
Mas, é... nem tanto assim.
Eu pensei que iríamos nos dedicar.
Você se convidou,
Eu te aceitei.
Você veio, se foi, se deixou levar.
Sei lá...
Cadê você que não voltou?
Estou aqui e aguardo tuas cartas,
Guardo tuas latas,
Amasso tuas facas,
Enlaço tuas marcas
E te vejo partir.
O que é isso que se foi?
Nada mais.
A vida não é mesmo feijão e arroz.
Na verdade, não é nada que se dá para findar.
E aqui vou estar.
Eu escrevo mesmo, que é pra todo mundo escutar
(Ou seria ler?).
Você se foi, elas também.
Algumas dizem que voltam,
Outras dizem que é "complicado".
Ah, mais que nada!
Complicado mesmo é não ter expressão,
E isso a todos ofereço.
Mas se recebo sempre um "não",
Recebo mesmo o que mereço.

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Lábios

Hoje eu sonhei
Estar em cima dos teus lábios
Tua boca à vista
Tuas palavras convidativas
Nossas conversas sem sentido
O filme estava passando
Mas nenhum de nós realmente se importava
Você se aconchegava com o casaco preto
E eu era todo ouvidos
Eu era admiração
Teus lábios me cativavam
Teus lábios macios
Tua boca rosinha
Nunca mais vou esquecer
De como o sonho terminou
O filme ia passando, e você
Calorosamente me beijou

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Olhos e olhares

Teus olhares de olhos azuis
Me inunda mares de amor
Rios de paixão
Poças de lágrimas
Apenas de emoção
Teus olhares de olhos castanhos
Me despertam uma selva
Um fogo estranho
Disritmia no coração
Teus olhares de olhos verdes
Me hipnotizam
Com tuas esmeraldas me cativando
Me enfeitiçando
Como se tu fosses medusa
Viro estátua
Teus olhares de olhos negros
Escondem de mim um mundo inteiro
Mas eu amaria assim mesmo
Teus olhares todos, de janeiro a janeiro
Teus olhos de verde do mar
Teus olhos de preto e o luar
Teus olhos de cor de mel
Teus olhos azuis como o céu

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Ser humano: como ser?

     Olhe para o lado e repare bem no que se passa. A verdade é que levamos a vida como uma farsa. Sempre dizemos que estaremos lá e nunca pediremos nada em troca. Bom mesmo é o ser humano que não pede. Mas, ao olhar de outros, este é apenas um inocente. Um tolo que não sabe de que se trata a vida. E os que se acham mais espertos vão vivendo por aí, se achando fortes. Não colocam nada a perder pra ninguém. Não se doam por ninguém. São tipos assim que nunca estarão lá para alguém se não estiverem lá por eles também. Muitos de nós achamos que tudo é uma troca imediata nesta vida. Achamos que aqui mesmo, neste aprendizado é que se faz e se paga. A verdade, é que nossas vidas são maiores que isso. Somos eternos, cada um de nós. Até o dia que nos resolvermos ou nos amaldiçoarmos. O caminho até a plena felicidade é árduo, mas resulta na paz. O que nos falta é sensibilidade. Pregamos amor sem sabermos amar. Fazemos nossos dramas por dores e solidão. Sim, tudo isso é plenamente normal. Somos seres humanos. Fracos, dependentes, assustados. Mas também somos melhores, e falta abrirmos os olhos para perceber. Somos tudo o que há de ruim acontecendo, mas temos plena capacidade de sermos o melhor que o mundo já viu. Nos limitamos. Nós fechamos, todos os dias, nossos próprios olhos para não encarar a verdade, e esta é que a felicidade depende da melhora e esta gera o amor. 

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Amor à vista

Quando eu te vi pela primeira vez
O mundo era mais azul
Eu pensei comigo mesmo
Planejei me aproximar
Mas você estava tão longe...
Te admirava à distância
Você era a mais bela pintura
A mais formosa escultura
A mais perfeita melodia
Você era meu jogo de palavras sem fim
E sei que isso pode parecer besteira
Mas significa muito pra mim
Eu passei o verão
Me imaginando em uma paixão
Passou-se o inverno
Minha vida amorosa inteira, um inferno
Teve também o outono
Meu coração era um fraco sem patrono
Mas, na primavera
Finalmente descobri quem você era
Como tuas sintonias se encaixavam com a minha loucura
Como tua beleza afastava minha amargura
Como nossos lábios já se conheciam há muitos anos
Como nos entendíamos tão bem que não precisávamos fazer planos
Eu não te encontrei
Foi a vida que quis assim
Quando você passou
A vida sorriu pra mim
E deixou-me pra sempre
Com este amor sem fim
Fiquei cego ao te olhar, raio de sol
Teu sono leve, como a lua
Teus beijos intensos como o mar
Enlaça minha vida com a tua
Deixa mesmo a gente se amar
Não vai demorar nada pra perceber
Que de ti, guardo um segredo
Eu tenho mesmo é medo
Do meu amor não ser você

domingo, 16 de fevereiro de 2014

(re)Piloto

O sol renasce mais uma vez
Enquanto parto em direção a uma jornada
Buscarei a aurora que marcará meu recomeço
São tantos erros a serem corrigidos
São tantos riscos a serem tomados
E nenhum medo precisa estar presente
Se junto comigo anda a fé
Solidão, agora já é besteira
Pois o que almejo é mais intenso e mais puro
Farei de tudo para ser melhor
E alcançar o que sempre sonhei
Não sou mais o mesmo Dinossauro
Talvez menos triste
Menos antiquado
Menos à parte
Talvez mais certo
De que posso ter o que esperei sem medo
E para isso vou lutar
Para isso vou mudar
Não vos falo mais de solidão
Pois esta prisão já me foi insuportável
Mas estou lutando para quebrá-la
Não sou mais o estático e pesado
Não vou mais ficar parado
Não sou mais o extinto
Nem o solitário
Eu quero ser eu
Ser um eu pra você

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Perdido no mundo

A hora doída de dizer adeus
Já passou
Tudo que tinha que vir, veio
Tomou conta, devastou
E nada mais faz sentido
Sonhos não valem à pena
Pessoas são como robôs
Todas iguais
Todas decepcionantes
As palavras flutuam e não me dizem nada
A fé desaparece
Sem resposta
As coisas mais simples
Se tornaram complexas
Impossíveis de serem contempladas
E as músicas
Aos montes
São espaços cada vez mais vazios
Centenas e milhares de músicas
Não mudam o que sinto
Posso escolher qualquer uma
Das mil e trezentas
E nenhuma me satisfará
Por que não há nada de errado com o mundo
Apenas com este pobre ser que vos fala
E no mundo habita
Sobrevivendo a um ambiente estranho
Inóspito
O planete inteiro é enorme
Para seres desfigurados
Seres padronizados
E eu achei o ouro
A jóia mais valiosa
A pedra mais preciosa
Em seu nome, a rima com a dor
É assim mesmo o amor
Que veio, foi
Voltou
Partiu
Não sei...
Não voltou
Está por aqui
Está por aí
Me ajude a achar
Eu sei que está em você
Como já esteve em mim
Pois o amor tomou uma parte da minha alma
E se você volta junto com ele
Seremos mais que dois
Mais até que feijão e arroz
Mais que o sol beijando a colina de mansinho
Deixarei de ser um lugar vazio
Deixarei de viver como penso
Pois eu te pertenço
E o nosso amor não pode ter fim

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Amor é pra quem ama

Você foi sempre meu refúgio
Meu pilar mais importante
Meu bem mais precioso
Tudo o que eu sempre quis e precisei
Te valorizo e te valorizei
És meu compromisso
Minha maldição
Minha morte e condenação
Meu suicídio
Mesmo assim, és minha paixão
O que dou mais atenção
Te dou mais beijos e carinhos
E não sabia que era tudo em vão
Tudo o que eu esperava
Era consideração da sua parte
Uns agrados de vez em quando
Nosso companheirismo que conhecemos
Nossas declarações, mas já morremos
Não é culpa sua o que fiz lá atrás
Mas não encaixamos e eu sou penalizado
Isso tudo não faz sentido
Eu te dei tudo
Daria ainda mais
E como você me retribui?
Me nega e me trai
Assim terminou mais um ciclo por agora
Te vejo longe, ao horizonte
Se pondo
E não quero mais meus esforços pra ti
Vai com Deus
Mas pensa em mim
E volte um dia
Pois estarei aqui para sempre
Ainda esperando por ti

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Incompreendida

Ela entrou no banheiro aflita
Trancou a porta e a janela
Se encarou no espelho por horas
Viu a chuva descer como lágrimas no vidro
Como se fossem suas
Como se o vidro fosse sua própria face
E viu sua maquiagem borrar
Seu amor se esvair
Despiu-se e sentiu sua pele branca e macia
Cada centímetro de carne e cada arrepio
Cada fio de seus sedosos cabelos
E cada célula do seu corpo
Todas elas rejeitadas e humilhadas
Deslocadas e abandonadas
Como um impulso incontrolável, veio a raiva
E esta foi expressa no quebrar de um espelho
O corte na sua mão era maior que o rombo no coração
A dor, ainda mais profunda
Arriscaria dizer que era maior que o mundo
Eis que a incompreendida tomou uma decisão
Não queria mais viver essa vida
Decidiu que era melhor estar de partida
Do que viver na contramão
Selou seu destino ao encher sua banheira
Deitou e juntou forças para lá permanecer e ser forte
Assinou, lá no fundo, o seu contrato de morte

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Meu caminho

Essas notas já se resolvem
E eu não sou necessário
Os problemas vêm e eu não sou a respota
Nem a tenho
E não sou necessário
Os amores vêm e eu não sou amado
E não sou necessário
A família passa
Não sou conhecido
Não apóio nem sou apoiado
E não sou necessário
Os luares e os sóis se pondo
Vêm e vão todos os dias
E para a sua contemplação
Eu não sou necessário
Dizem que sou diferente
Também não me acho muito "gente"
Mas o mundo está afogado
E não quer mais mudar
E eu não sou necessário
Sou apenas um homem tosco
Diferente, e nem por isso surpreendente
Por quem ninguém sente nada atraente
E já não sou necessário
Não me leve embora, Deus
Sem que eu saiba pra quê eu vim
Eu achei que tinha a resposta
Pensei que sabia o que você tinha planejado pra mim
Mas, não
Ainda estou perdido
E assim permanecerei
Junto com todos os meus corações partidos
Dos quais eu sou rei
Por direito que o destino me reservou
Mas ainda assim, sei que vou achar o que é preciso
Farei tudo o que preciso for
Seguirei todos os caminhos para encontrar o amor

domingo, 9 de fevereiro de 2014

Carta

Estou farto do lirismo que dá no peito
Não quero mais ter que aguentar tuas indecisões
Não quero estar entre paixões e corações
Quero ser, do teu predicado, sujeito
Se não quiseres, lamento a ti
Em outras tentarei encontrar
Viajarei por céu e mar
Acharei um amor para mim
Diga não, pra eu chorar aqui na tua frente
Eu sei que é isso que você quer
Correr pra mudar de assunto
Vai me evitar pra sempre
Mas um dia, eu vou me esgotar
Posso ser aquele que vai atrás incansável
Mas tudo isso finda
Você não deixa de ser linda
Mas pode deixar de ser amável
Só precisas dizer uma palavra
Mas o silêncio representa o medo de se envolver
E eu, fico como?
Desorientado e sem sossego
Dependendo de você
Que não me solta nem me prende
Só volta todo dia pra me alimentar
Por você, espero o mundo acabar
Pra ver se esse amor rende
Mas tu, vem com desculpas preparadas
Vem com frases que não querem dizer nada
Vem negando teus sentimentos
Caia na real, minha fada
Chega de tantos tormentos
Chega de sofrer por você
Eu quero nossa felicidade
Você vai dizendo que não vai ser bem assim
Que todo o amor vai chegar num fim
Mas ainda estamos na mocidade
Quero aproveitar meu tempo contigo
Antes que tu me esqueça pra sempre
Não quero ser só teu amigo
Quero subir de patente
Fazer o que preciso for
Te dar minha fé e meu amor
Ser tua resolução em movimento
Tua inquietação em desalento
Tuas insônias e tormentos
Teu medo e tua dor
Só por amor
Só pra estar junto a ti
Mal é o que tu me faz deixando longe, ao vento
Jogado, distante
Impregnado com esse veneno
Sem nem poder te amar
Do jeito que eu sonho toda noite
Parece meio precipitado
Mas deixa eu ser teu namorado?
Se não, me corta
Uma foice...
Uma guilhotina
Se sim, me comporta
À noite
Não me compartilhe
Me deixe ser e me retire
Da solidão
Me deixe ser, teu coração
Pr'eu te fazer feliz
Me perspective, me dê uma atualização
Me dê um beijo em baixo do nariz

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Dawn of the feeling.

Um copo de whisky, a fumaça de um cigarro,
Ambos matam-me e aquecem-me nessa noite em claro.
Aquecem junto com o som do velho violão.
Cordas velhas ainda tocam o coração.
Tons menores e dedilhado ardente sucedem-se,
Enquanto a imensidão brilhante do céu me envolve.
Enche meus olhos de água e emoção.
Perfeita sintonia entre um homem e seu violão.

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Amor (III)

O amor é uma música
Eu sei pela melodia que sai da tua boca
Eu sei pela harmonia do nosso beijo
Eu sei pela quebra de ritmo dos nossos encontros
Eu sei pelo andamento que você impõe
Eu sei pelos nossos risos improvisados
Eu sei pelos nossos duetos descontrolados
Eu sei pela nossa percepção e compatibilidade
Eu sei pelos nossos graus quentes
Eu sei, pois consta na nossa pauta
Eu sei pelas rés que não damos
Pelos dós que não sentimos
Pelos sols que contemplamos
Pelos mis que dualizamos
Pelos sis que efetuamos
Pelos fás que fazemos
Pelos lás que nos encontramos aqui

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Maldade

Maldade é termos que ficar separados tanto tempo
É eu simplesmente não entender como as coisas funcionam
É quando eu eu acordo pensando em te encontrar
Mas não é nada do que você faz comigo
Não é de ti que vem castigo
De ti, vem o que eu preciso pra me manter
E eu, sem saber controlar, fico comprometido
Fico tentando não pensar tanto assim
Em você
Tudo isso me leva à loucura
A melhor do mundo
É o que me faz respirar fundo
E imaginar mais avoado
Querendo estar ao teu lado
Até quando disserem que vai ser o fim do mundo
É isso tudo que me faz tremer
Mas é tudo em mim
São coisas que não vão ter fim
Até quando eu te esquecer
E meu amor, por mim
Esse dia nunca vai acontecer

Céu

O céu grandioso e infinito
Sempre tão bem enfeitado
Seja uma hora pelo sol escaldante
Ou por um belo pôr do sol
Alaranjando uma parte de sua imensidão
Ou uma hora pela lua em companhia das estrelas
Em 4 belas fases, é a beleza no breu da noite.
E como se não fosse o suficiente
Resolve se vestir de várias cores
No entardecer se pinta e por fim,
Cai novamente em escuridão.

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

O farol (um psicopata por amor)

Era uma noite de garoa estragada
Com a cabeça cheia de agonia
Ele encostou em sua almofada
Para fantasiar a nostalgia
Sem sonhar, saiu perambulante
Lembrou-se do que podia emocionar
De repente, sem mostrar nenhum semblante
Achou o que estava a procurar
Chegou à sua porta com um buquê de lírios
Que estavam no vento do jardim a relaxar
Invadiu a casa e viu um delírio
Empalidecendo ao se aproximar
A mulher, perplexa, impressionou-se
O buquê ele entregou
Assustada, ela não apaixonou-se
Eis que ele então a machucou
Já era como um louco
Mais sombrio que a própria noite
Cortes superficiais foram pouco
Ele a esfolou as costas com um açoite
E a deixou derramar lágrimas de sangue
Enquanto ria, descontrolado
Levou-a ao mangue
O lugar tão esperado
Nos olhos dela, apenas desespero
Enquanto o carro os levava ao destino
Ele dizia que todo aquele drama era um exagero
Que ela choramingava feito um menino
Amarrou-a com cordas nas mãos e nos pés
Deitou-a na lama e ali passaram juntos
Contemplando o luar descansar no sopé
Enquanto preparava mais um defunto
Partiram então para o farol
E na areia da praia, ele não perdoou
Arrancou seu coração, lhe deitou num lençol
Lamentava ter perdido mais um amor
Subiu as escadas e assistiu a luz passando no escuro vazio
Assim como também se sentia
Amor nenhum lhe salvaria, era um assassino frio
Loucura e ódio o conduziam
E a razão da noite chegou, então
A lua deitou sua luz no corpo dela
Tocou seu peito vazio, sem coração
E ressucitou-a toda em branco, mais bela
Mas fria, como a brisa da noite
Ela cumpriu com seu simples destino
O relógio bateu meia-noite
E ela andou com seu ar feminino
Foi-se, em direção ao horizonte
Para, assim, nunca mais voltar
Nem ver seu assassino defronte
Pra não poder se vingar
E com ela, foi-se tudo
Destruiu seu coração
E no final, ele não se sentiu imundo
Não era amor, apenas paixão

sábado, 1 de fevereiro de 2014

Minha tropa

Arma sendo carregada,
O som das nossas botas
Que faz o chão tremer.
Esquadrão Negro,
Família de camuflado,
Espírito de corpo.
Somos uma unidade
Enquanto de farda.
Somos um só coração,
Somos O Guardião.