segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Moça

Moça, eu percebi.
Totalmente ilusórios, os meus olhos te caçam
Em impulsos involuntários
Que a barreira da sanidade perpassam
E não dá pra ignorar.
Eu tentando te esquecer
Ou tentando te evitar,
Seguindo a vida que não tenho,
Com o rumo que nem imagino,
Acabo de cara com seu sorriso.
Nos teus olhos eu me perco.
Em teus lábios, me acho
Só pra me perder nos teus cabelos.
Suas atitudes, moça,
Me deixam desnorteado.
Logo eu, que te vejo inalcançável,
Sou alvo do teu bombardeio,
Do qual não tens intenção de tramar.
Bombardeio que eu mesmo arquitetei.
Ah, moça,
Esta história ninguém vai querer ouvir.
Sou só um louco solitário.
Agora, um pouco mais despreparado,
Desesperado,
Alterado,
Deslocado,
Desantenado,
Apaixonado.

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Olhar

As fotos abrem viagens
E a imaginação aproveita tudo.
Todos os passos e olhares.
Todos os cabelos e pesares.
Todos os animais e palavras.
A imaginação não se contenta
E faz a foto se mexer.
Faz tudo ficar mais real
Até o álbum chegar no final
E não se ter o que mais ver.
Não tem como escapar.
Se ousares esquecer,
Kabum! Ela estará lá
Com seus olhos castanhos chamativos.
Do cabelo que você sabe a cor,
Vai aparecer em teus sonhos
Mesmo quando sonhares acordado.
E quando menos esperares,
Eis que ela está ao teu lado.
Um piscar de olhos a mais
E você vai descobrir:
O olhar que te satisfaz
Acaba de sumir,
Fugir pra ilusão
Alimentada na sua mente.
E quando você menos esperar,
Mesmo que não pensar tu tentes,
O olhar não pararás,
Pois não cessa o que tu sentes.

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Ai, ai, ai

Mil poemas não vão te agradar
Nem mesmo o maior buquê de rosas
E nem aquela coisa que você queria tanto
Surpresas agradáveis não vão
Ligações repentinas muito menos
Te "amos" vindos do nada
Sem hora para serem ditos
Esforços, não vão
E se eu te roubar um beijo?
Não, não.
Ai, coração
Não, não
E se eu disser que te levo em uma aventura?
Ah, não
E a maior das maiores loucuras?
Ãn ãn, não.
E
Não, "nana nina não"
Minhas tentativas furadas 
E o teu doce preferido? Trago de "monte"
Também não
Ô mulher, o que tu queres então?
Nada te apetece 
Nem mesmo meu silêncio feito prece
E o orgulho por você, eu mato
E você diz: "Não precisa!"
E nem que eu te diga: "Faço tudo por você, meu amor"
Nem sequer acreditas
"Precisa não!"
Ô, faço questão
"E pra que?"
Ô!

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Vermelhos

Atrás da tela virtual, esconde-se o não almejável.
Simplicidade em seu sotaque, ela é pura simpatia.
Ela é toda alegria
Nos momentos que nem eu sei descrever.
Momentos que mal presenciei,
Mas que, de certo, jamais esquecerei.
Uma pedra rara com sabor de doce de leite,
Ela é como cantar mentalmente
Em minha própria calma.
Me mantém alerta antes do sono.
Me maltrata com gosto no quarto escuro.
Eu pedindo a Deus só mais um sonho.
Ela vêm antes e me trás insônia
Pra me fazer palpitar antes de cair,
E me fazer devastado ao levantar.
Ela é bem mais do que eu posso imaginar,
Níveis desconhecidos de mistério.
Mas me assombra o olhar chamativo
E as mãos acariciando os cabelos.
Na frente de todos, os fios ruivos se soltam
E ela vira uma flor a desabrochar.
Como sempre, já estou atrasado.
Cinco mil quilômetros de distância.
Ah, se fosse ela a minha infância,
Poderia eu dizer que a vi primeiro.
Mas eu vi, em minha mente nevoeiro,
A moça bela dos cabelos vermelhos.

terça-feira, 5 de agosto de 2014

Último sussurro

Eu senti como ele:
O rubro escuro e marcante.
O celeste cortado por linhas.
Um fio que podia ter salvado da morte
Por apenas dois segundos a mais.
Eu senti como ele
Por toda uma eternidade.
Passaram cinco meses
Que me tiraram apenas duas horas,
Mas me doeram 9683 dias.
Me doeram as veias dela em agonia
Enquanto eu olhava os olhos verdes se apagando
E desaparecendo no ar o meu amor de todo dia.
Dos sorrisos estrelados,
Mais que céu em harmonia.
Da alva pele de batom vermelho,
Eu me lembro e me arrepia.
Eu senti como ele
Naquele traje apertado
Sufocando o peito, desesperado,
Ao ver meu grande amor sumir.
Impotente, não pude salvá-la
E isso custou a mim a minha alma
Que jamais poderá ser lavada.
Expôs a mim a minha face
Que não pode ser escondida por máscara verde.
Tirou minha carga de energia
Quando tiraram de mim o meu amor,
O meu amor de todo o dia.
De olhares fixos,
Olhos gigantes.
Depois de um sorriso,
Um beijo sincero.
Eu digo e repito:
Me tiraram,
Num ato sujo de covardia.
Ora, me tiraram.
Levaram embora minha alegria.

domingo, 3 de agosto de 2014

Uma semana inteira

Se estiver sozinho, passarinho
Se quiser fronha, Noronha
Se estiver maluco
Se estiver maluco, Pernambuco

Se encontrar algum motivo
Para essa paixão tamanha
Se for mameluco
Se for mameluco, Pernambuco

Se estiver sozinho, passarinho
Se estiver poeta, declama
Se for maluco
Se for maluco, Pernambuco

Se você estiver comigo
Siga o espírito que não cansa
Se estiver mameluco
Se estiver mameluco, Pernambuco

Chega de tanto desalento
Eu tenho esperança dominante
Incansavelmente eu tento
Antes que eu fique cuco
Mas, se estiver maluco
Se estiver maluco
Se estiver maluco, Pernambuco

Meu Deus, Minha fé e Meu esforço.

Só sei do que eu vejo
duvido do que não vê
nem sempre vejo vendo
mas sempre tento ver
Lutando, percevejo
parado, percebendo
mas sempre vendo ver
vendo o vento ser.