quinta-feira, 12 de setembro de 2013

O eu poético

E agora eu sou meu eu
Nada confundível com um ateu
Mas que caminha lento e cabisbaixo
Enquanto ouve loucuras como "já morreu"
Proferidas sem pena de quem já desceu
Viu o inferno e voltou
E percebeu
O suicídio em que minh'alma mergulhou
Quando o vento levou
O mar afogou
O pulo esmagou
O sangue jorrou
Mas sou meu eu
Minha identidade poética
De caminhada sempre frenética
De mal gosto e má estética
De sentimentalismo e reação sintética
De fingimento que vem da genética
Carregando sempre nenhuma ética
Com situação sempre hipotética
E morro
Morri
De morte matada
Deixo meus sentimentos aí
Pra minha alma ser lavada
E o ciclo recomeçar
Eu, com esperança, me levantar
Com suspiros me admirar
E num piscar de olhos
A vida me matar

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