segunda-feira, 28 de julho de 2014

Noite

Toda noite,
Antes do adormecer me tomar conta,
Em mente me aparece,
Em meio ao silêncio e as sombras,
A criatura que já rondava antes de nascermos
Toma conta do meu quarto.
E eu, deitado em plena insônia,
Com minhas dores sentimentais,
Sempre deixo ele me levar.
A chuva me molha o rosto
Debaixo do meu cobertor.
Toda noite,
Antes do adormecer me tomar conta,
Eu tomo conta da minha solidão,
Que para nada me serve,
Mas que jamais me abandona.
E ironicamente ocupa os espaços deixados na minha alma
Com vazios intensos e repugnantes
Que me fazem perder de vista minha própria consolação.
Ora,
Não basta a criatura me azucrinar com seus poderes sombrios e espirituais,
Pois, toda noite,
Antes do adormecer me tomar conta,
Ela chega e sempre fica lá.
Ela sabe onde me encontrar
E toma conta de mim.
Me enche de sombrio elixir.
Com fúria e solidão, preenche meus vazios
Apenas pra me abandonar.
E, num outro dia
Me trazer tudo outra vez.

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