Que impulsionam sons de cordas camufladas
Eu gosto é de ver o preto e branco
Sendo, levemente, executadas
Dando voz a um novo canto
E harmonias belas, requintadas
Pelos dedos do pianista dá pra ver
A formação de um belo ser
Impalpável é sua essência
Que chega para a todos comover
Toques rápidos, simultâneos
Melodias de homens tirânicos
Nos tomam pelas mãos a primavera
Percorrendo, depois, todo o verão
Não esquecendo do claro da lua singela
E todas as outras sinfonias
Imortais, como o próprio nome
E assassinas
Do meu ponto de vista de apreciador
O pianista é mesmo um grande mestre
Cheio de desenvoltura e maestria
Conduz a carruagem da sinfonia
Regido ou não por alguém ainda mais incrível
Mas a particularidade e a grandeza do regente
A gente deixa pra falar outro dia
Pois se sabe, através do piano
O que é bonito
Se escuta lá o silêncio das estrelas
O codinome beija-flor se revela
E dá pra se provar que tudo não está perdido
Ora, seja assim o ato de "pianar" tão belo
Pianemos então, meus amigos singelos
Habilitemos nossa percepção a promover o que há de mais complexo
Transformando a complexidade musical
Em algo simples, ou talvez léxico
Palavras nos são fáceis de entender
Mas poderia também o próprio pianismo ser
Se o tão pouco de literatura não já nos tivesse bastado
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