terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Navegando em águas misteriosas

A cada segundo que ultrapassa a barreira do som
Eu sou menos o que me tornei
Mais como me criei
Um patife simplesmente sem memória
De mesmas atitudes e erros
E angústias e medos
Mares de amargura
Navegados por navios de incertezas
Sou menos eu mesmo
Sou mais meu passado
Que deveria ficar guardado
E desaparecer satisfeito
Navegando por essas águas escuras
Me volta todo o tormento
Temores e horrores
Todos os monstros retornam
Como naquele dia que eu voltei pra casa
E não vi mais ninguém
Ou aquele dia que fui abandonado
E parti para o além
O infinito parece nunca ter partido
Meu corpo parece ter mudado
Mas talvez minha mente tenha mentido
A solidão vai me cercando
Me iludindo a visão
E, de repente, escuridão
Só vejo meu rosto
De expressão descontente
E de nenhuma compaixão
Precisamente inerente
À minha condição
Depois de tudo que se foi de esforço
E todas as aplicações de melhoria
Se jogar num mundo sujo é tarefa dura
Mas ainda assim, quem diria
Que haveria tal teste de amargura?
Ninguém sabia
Todos passarão por isto, porventura
Mas ainda aqui, já não sou o mesmo que sou
Em escuridão, me movo para trás
No caminho de ré, me perco de vista
Com toda a amargura, perdi minha calma
E assim, se corrompe a minha alma
Com toda essa solidão que ela atura

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