sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Eu te amo

Aquelas três palavras
Ditas por todo mundo
A qualquer hora
Pra qualquer ouvido e coração
Não passam
De ínfima presunção
Até o momento do ka-boom!
E tudo se revela
Tudo te cria
Tudo te chama
Tudo te ama
E se amplia
Tudo contagia
Contamina
Desintegra e etc
Blá blá blá
Ti-ti-ti
A poeira da explosão cega quem falou e quem ouviu
E cabe a eles arremessar mais explosivos na confusão
Para confundir ou parar o coração
De vez
Pra cegar o cerebral
E permanecer no calor da loucura
Pra quando tudo, inevitavelmente, se acomodar
Os corações virarem olhos e mentes
E pedirem pra cabeça só mais um tempo
Pedirem pra alongar o que se tem
E nunca deixar apagar
O furacão de um laço firme, mas frágil
Caberá ao cérebro julgar
E ele poderá ser tão carrasco quanto quiser
Não depende de ninguém
Além da sabotagem de si mesmo
Mas quando o cogumelo for desfeito
E a poeira já estiver partido
Assim também ficará o coração
Pois ele terá toda a razão
Pra se sentir sentido
Mas o fato é que aquela área já não mais será habitável
A poeira radioativa do fim contaminará tudo ao redor da vida
E medidas extremas poderão ser necessárias
Isolar o ponto específico do coração é viável
Pra sair de uma ilusão
E tentar voltar a uma vida saudável
Se satisfazendo com água e pão
Num estado lamentável de lamentação
E vazio
Mas sem misericórdia
E sem peso
Sem olhar pra trás
O vazio que ficou com o silêncio e tudo que foi devastado
Será um dia recuperado
Reconstruído e contemplado
Mutações existirão no meio do caminho
E eles vão querer voltar para a área contaminada, vez ou outra
Mas isso tudo será impedido
Pelo próprio senso de direção
Reconhecerão que seus destinos se divergiram
E que não haverá encontro no futuro
Mas tudo estará bem assim
Pois, depois de tanta explosão
Morte, coisa errada e decepção
Mesmo com os esquisitos e a mutação
A terra se renovará
E haverá uma nova guerra
Pelo mesmo coração

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