sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Cedi à crônica

             Não tem coisa mais depressiva do que o ônibus. Principalmente se tu tiver que pegar o mermo todo santo dia, na merma santa hora. Mas mermo que não. Mesmo que seja assim... sem hora certa, sem rumo certo. É desolante. Um cheio de gente se olha e não se vê. Que grita desesperadamente com os olhos uma a outra, mas nada. Sem uma palavra. Sem um aconchego. Só lamento. Um espaço digno de intensa analise sociológica continua e exaustante. É sempre desalento. Você com os seus pensamentos, ouvindo o motor e ansiando por vento, por sentimento, por descanso. Mas não. É o barulho mais cheio de silêncio que tua alma pode presenciar. É só lamurio,  murmúrio, premúrio suplicando por sustento. Amontoado de gente junta e só.

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